Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) negou hoje (23) em nota oficial qualquer possibilidade de existência de documentos que o envolvam com o esquema de superfaturamento de ambulâncias na Saúde. Em depoimento prestado à Polícia Federal, o empresário Abel Pereira teria afirmado que se encontrou com Luiz Antonio Vedoin, sócio da empresa Planam, para negociar documentos que comprovariam o envolvimento do senador petista."O depoimento é um factóide com o objetivo de desviar a atenção das investigações sobre o esquema Sanguessuga, comprovadamente gestado na administração federal do governo anterior", afirma Mercadante na nota oficial.Segundo Mercadante, candidato derrotado em primeiro turno por José Serra, quando Abel Pereira admite que, por três vezes, encontrou-se com os irmãos Vedoin para negociar documentos, "está reconhecendo que, ao contrário do que revelou, estava buscando informações para prejudicar minha candidatura ao governo de São Paulo". O parlamentar afirma que ,como Abel não encontrou nada e nem encontrará, "vale-se de um artifício espúrio e criminoso, patrocinado certamente por seus aliados neste momento de disputa eleitoral"."O que precisa ser investigado é se esta negociação patrocinada por Abel Pereira tinha como objetivo comprar o silêncio dos Vedoins e/ou montar uma grande armadilha para prejudicar a vitória de Lula no primeiro turno e a minha ida para o segundo turno", disse Mercadante. E acrescentou: "Armadilha que pode ter sido montada e que contou com a participação inaceitável de petistas envolvidos coma tentativa de compra de um dossiê, como já afirmei, sem o meu conhecimento ou participação , porque jamais me associaria a uma iniciativa desta natureza".O senador petista afirma, também, na nota, que não teve nenhuma emenda ao orçamento liberada destinada à compra de ambulâncias. Ele lembra que isso pode ser facilmente comprovado em consulta ao Orçamento (Siafi) e ao Ministério da Saúde, ou ainda à CPMI dos Sanguessugas e Corregedoria Geral da União que investigaram "exaustivamente" esta questão.Mercadante pediu à Polícia Federal que investigue e esclareça todo o episódio. "Diante da acusação inverídica e calunniosa, cabe à Polícia federal esclarecer com celeridade todo este episódio", disse. O parlamentar afirma, ainda, que o esquema "foi gestado e teve 70 % das liberações de ambulâncias superfaturadas executadas no Ministério da Saúde no governo anterior, com o qual Abel Pereira tinha relações".