Governo estadual não confirma mortandade de peixes em Minas Gerais

20/10/2006 - 21h13

Isabela Vieira
Da Agência Brasil
Brasília - A Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais (Feam), vinculada à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, não confirma a mortande de peixes no Rio Paraopeba, no município de Juatuba, na região metropolitana de Belo Horizonte. Na terça feira (17), o biólogo Carlos Bernardo Mascarenhas denunciou que vários peixes apareceram mortos nas margens do rio. A denúncia foi baseada em relatos de pescadores como Adimílton Alves Rodrigues, que disse ter verificado centenas de peixes morrendo no local logo após a chuva forte que caiu na região. Rodrigues pesca no local desde criança e contou que nesta semana pegou oito quilos de peixe, quando o normal são cerca de cem quilos. “Todo ano morre peixe aqui”, disse.O 2º Pelotão de Meio Ambiente da cidade de Betim, também na região metropolitana, foi verificar a denúncia e encontrou cerca de 30 peixes mortos, informou o tenente Adilson Carneiro, para quem essa quantidade não caracteriza mortandade. Segundo o tenente, os pescadores relataram ter coletado cerca de 70 quilos de peixes mortos na semana, mas nenhum deles foi recolhido para análise. "Para estudo, teriam que estar vivos", disse. Também não foi feita coleta de água para análise, "pois esse material poderia não trazer indícios que explicassem a morte dos animais”, acrescentou o tenenteA diretora de Fiscalização e Monitoramento Ambiental da Feam, Alice Soares, informou que na próxima semana o órgão realizará pesquisas no local para saber o que aconteceu. Para o secretário executivo do Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) do Rio Paraopeba, Mauro da Costa Val, a morte de peixes pode ter sido causado pelo revolvimento nas águas, devido à chuva, de dejetos orgânicos e químicos do fundo do rio. "O Rio Betim, afluente do Paraopeba, recebe uma grande quantidade de resíduos tóxicos de indústrias, postos de gasolina, além esgoto de residências não tratado. É comum o lançamento clandestino de dejetos nos rios da região”, disse.Segundo a diretora da Feam, a prefeitura de Betim está construindo estações de tratamento de esgoto. “A região tem um grande número de indústrias, das mais diversas. Há também a contribuição dos esgotos domésticos. Seria inconseqüente inferir qual destes empreendimentos é responsável”, afirmou.O biólogo responsável pela denúncia disse ter fotografado e filmado, nos meses de janeiro e fevereiro, uma grande quantidade de peixes mortos na Bacia do Paraopeba, onde realiza pesquisa para a Universidade Federal de Minas Gerais.