Professor diz que sanções da ONU contra Coréia do Norte garantem mais segurança para região

15/10/2006 - 19h08

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou ontem (14) uma resolução contra a Coréia do Norte, que realizou na última segunda-feira (9) teste com uma bomba nuclear em seu território. A resolução pede que a Coréia do Norte pare com os teste nucleares e também cesse seu programa de desenvolvimento de armas atômicas. Outras medidas são a proibição de os países membros da ONU de importarem e exportarem para a Coréia do Norte materiais e equipamentos que possam ser usados para fabricar armas nucleares ou mísseis balísticos.A resolução é uma punição contra o teste realizado pelo governo norte-coreano, que assinou o tratado de não-proliferação de armas atômicas e por isso não poderia fazer esse tipo de teste.Outro ponto da resolução é o congelamento, por parte dos paises membros, de bens de pessoas que colaborem com o programa de armas da Coréia do Norte. Também foi proibida a exportação para a Coréia do Norte de bens de luxo.Segundo o pró-reitor do Núcleo de Pesquisa da Universidade São Marcos, José Augusto Guilhon de Alburquerque, a decisão traz uma segurança maior para a estabilidade da região.“Isso vai trazer uma segurança maior para os vizinhos da Coréia do Norte que se sentem ameaçados. Apesar do que essa é muito mais uma chantagem, pois o governo norte-coreano ainda não tem condições de usar militarmente esse armamento”, afirmou.Albuquerque acredita que as sanções não vão trazer resultados imediatos, mas será uma referência para a região de que a comunidade internacional está contra “uma aventura militar do ponto de vista atômico em relação à Coréia do Norte”, disse. Esse tipo de sanção já foi adotada parcialmente contra o Iraque e pode ser adotada contra o Irã, que também está desenvolvendo um programa de armas atômicas. O pró-reitor afirmou que essa sanção contra a Coréia do Norte, na verdade é uma mensagem para o Irã de respeito aos compromissos internacionais em relação à questão nuclear.  Ele também disse que só o fato de a Coréia do Norte ter anunciado um teste nuclear representa um desafio a ordem internacional e também para a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), órgão internacional que inspeciona e controla programas de energia nuclear em todo o mundo.“A Aiea deverá ser um pouco mais estrita, mais rigorosa, do que antes. Já estavam em andamento algumas medidas para tornar mais rigorosa a fiscalização pela agência. Medidas que são favoráveis para uma série de países”, afirmou.Segundo o pró-reitor, as sanções não afetam diretamente a população porque grande parte delas se refere à exportação e importação de armamentos e também a artigos de luxo. Albuquerque disse que a resolução autoriza qualquer nação membro das Nações Unidas a efetuar inspeções e bloquear navios na entrada do porto. “Qualquer exportador pensaria duas vezes em mandar carregamentos para a Coréia do Norte sabendo que isso demoraria mais tempo para chegar. Um navio parado no porto é perda de dinheiro. Tudo isso cria dificuldades”, explicou. Ele acredita que a população não será afetada diretamente até porque a União Européia se posicionou de maneira clara de que essas sanções não poderiam afetar o bem estar da população civil.