Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Superintendência da Polícia Federal (PF) em São Paulo negou ontem (14), em nota à imprensa, que tenha permitido um encontro de Gedimar Passos, quando este estava preso na carceragem da PF, com Freud Godoy, ex-assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e José Carlos Espinoza, que trabalha na campanha de reeleição do presidente.Gedimar Passos e Valdebran Padilha foram presos em 15 de setembro com R$ 1,7 milhão, que seriam usados para comprar um dossiê que ligaria políticos do PSDB e outros partidos com a compra superfaturada de ambulâncias com dinheiro público. Segundo reportagem da revista Veja, publicada ontem, Espinoza e Freud fizeram uma visita a Gedimar em 18 de setembro, quando ele estava preso na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Segundo o relato de três delegados da PF para Veja, a visita ocorreu depois do horário permitido e sem autorização, conduta considerada ilegal. Quem facilitou o encontro, de acordo com a reportagem, foi o diretor-executivo da PF em São Paulo, Severino Alexandre, que teria acomodado Espinoza e Freud em seu gabinete. Logo depois, segundo ainda a reportagem, Gedimar foi retirado de sua cela e foi para o gabinete de Alexandre para uma conversa com os dois petistas. A Polícia Federal diz na nota que as informações da reportagem são “levianas e fantasiosas e acusam a instituição da prática de graves ilegalidades”. A PF também diz que a revista apresenta “relatos inverídicos e imprecisos e se baseia em uma manifestação anônima, supostamente escrita por três delegados da Polícia Federal”. A reportagem de Veja afirma que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, ligou para o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Geraldo José de Araújo, perguntando se o dossiê e a prisão de Gedimar e Valdebran poderiam “respingar no presidente”. A PF afirma que essa ligação nunca ocorreu. A revista também diz que Bastos indicou um advogado de sua confiança a Freud. O ministro também teria orientado Freud Godoy e o advogado e convencer Gedimar a recuar sobre o envolvimento do ex-assessor de Lula com a compra do dossiê. A assessoria de Bastos afirmou que o ministro não fez a indicação do advogado.