Candidatos fazem balanço de campanha no último dia de propaganda eleitoral

28/09/2006 - 23h40

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília (Brasil) - No último dia de propaganda eleitoral gratuita na televisão, os candidatos a presidente agradeceram a atenção do eleitor nos últimos 47 dias em que mostraram suas idéias na tela, fizeram uma retrospectiva da campanha e pediram votos.O candidato do PDT, senador Cristovam Buarque, reforçou que seu projeto é baseado no estímulo à educação. “Apontei a educação como aposta para sair do atraso e da desigualdade. Mostrei países que fizeram o dever de casa da educação e ultrapassaram o Brasil. Dei exemplo de brasileiros que estudaram e saíram da pobreza”, disse. Ele afirmou também que tem a sensação de dever cumprido porque mostrou que a revolução pela educação é que garante o futuro do país.Luciano Bivar, candidato do PSL, criticou a mudança na legislação eleitoral que estabeleceu o tempo de propaganda gratuita. “Quando o PSL me escolheu para ser candidato, nos baseamos na lei em vigor. Ou seja, os partidos que elegeram deputados em 2002, teriam igualdade de exibição de suas propostas na mídia nacional, de forma igualitária. No entanto, a Justiça Eleitoral mudou a regra no meio da campanha, passou a valer a data da convenção, estimulando assim a infidelidade partidária”, afirmou. Segundo Bivar, a mudança foi um golpe na campanha do PSL. Ele, no entanto, disse estar confiante de que apresentou alternativas viáveis para o desenvolvimento do país.Candidato à reeleição pela coligação A Força do Povo (PT/PRB/PCdoB), o presidente Lula se apresentou ao lado de sua mulher, Marisa Letícia e pediu que os eleitores avaliem seu governo e comparem o que foi feito, nos últimos quatro anos, com suas propostas para um futuro mandato, para que possam fazer sua escolha. “Todos apresentaram suas propostas. No meu caso, vocês poderão fazer um julgamento limpo. Avaliar tanto o que fizemos no governo, quanto o que estamos propondo para o futuro. Graças a Deus, posso encarar esse julgamento com fé e tranqüilidade. Encontramos um país em crise, e hoje está bem diferente”, garantiu o candidato do PT.Sem pedir votos diretamente, a candidata Ana Maria Rangel (PRP), apareceu  no vídeo em atividades de rotina (ao telefone, por exemplo) e afirmou que a corrupção está enraizada na cultura brasileira. “Quando a gente faz o que é certo, ninguém acredita. O Brasil precisa aprender a ensinar o que é certo e praticar o bem”, observou. Para Ana Maria Rangel, o futuro do país está nas crianças e nos jovens.A candidata pela coligação Frente de Esquerda (P-SOL/PSTU/PCB), senadora Heloísa Helena, não apareceu no último dia de propaganda eleitoral gratuita de TV, porque sua coligação perdeu tempo para o direito de resposta concedido, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), à coligação A Força do Povo. A decisão foi tomada no dia 26. Com isso, só sobrou tempo de mostrar a imagem da candidata no ar, com o locutor pedindo o voto para o número de sua coligação.Em programa de TV da semana passada, a senadora falou em “banditismo” e em seguida citou o governo Lula. Os ministros do TSE consideraram ofensiva a declaração da senadora e concederam direito de resposta. Na resposta gerada hoje na TV, a coligação A Força do Povo afirmou que “nunca se combateu tanto a corrupção como agora. Entre 1999 e 2002, por exemplo, a PF fez 29 operações especiais. Este governo, já fez 276 operações especiais e mais de 1300 prisões por corrupção.”O candidato do PSDC, José Maria Eymael, ressaltou que sua campanha percorreu todo o país, desde Fortaleza (de onde gravou seu último programa), até o Rio Grande do Sul. Para ele, o segundo turno está garantido e as pesquisas não refletem a realidade do voto do eleitor. “Fortalecido é o espírito guerreiro pelas causas sociais, ouvindo o Brasil, a mulher, o trabalhador, o jovem, os aposentados, os excluídos, que se envergonham de serem usados só por números das pesquisas que elegiam, até agora, o atual presidente”, disse Eymael.Um apresentador começou o programa do candidato da coligação Por um Brasil Decente (PSDB/PFL), Geraldo Alckmin, afirmando que o Brasil espera saber mais sobre o dossiê que o dono da Planam, Luiz Antônio Vedoin, iria vender a integrantes do PT. “De onde vem o dinheiro? A Polícia diz que só vai descobrir depois das eleições. Por que isso?”, questionou o apresentador. O dossiê seria prejudicial a Geraldo Alckmin e ao candidato ao governo de São Paulo, José Serra.Alckmin fez um retrospecto do que mostrou aos eleitores em pouco mais de um mês de propaganda gratuita na TV. “Nessa primeira etapa da campanha, mostrei um pouco do que fiz nos meus 30 anos de vida pública e detalhei aqui minhas idéias para melhorar o nosso país. Peço seu voto porque acredito no Brasil e na força do povo brasileiro”, disse. Com o maior tempo na televisão, Alckmin falou sobre o que pretende fazer para melhorar a saúde, a segurança, o atendimento aos aposentados, a educação.E o Partido da Causa Operária (PCO), mesmo tendo a candidatura de Rui Pimenta impugnada pelo TSE, aproveitou o último programa eleitoral para pedir votos para o partido. “O PCO defende a transformação de todas as instituições do regime dominado pelos ricos e corruptos, criando um novo sistema dominado pelos próprios trabalhadores. A transformação dos bancos, das grandes indústrias e das terras em propriedades coletivas dos trabalhadores e de todo o povo. Socialismo, o fim da exploração e a distribuição de toda riqueza social entre os que trabalham e produzem. Por tudo isso, dia 1º, vote 29, vote PCO, até o fim”.