Unicef analisa dados do IBGE sobre acesso de jovens a água potável e serviços de esgoto

28/09/2006 - 10h04

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - NoBrasil, 13,95% das crianças e jovens de até 18 anos de idade vivem em casas semesgotamento sanitário e 5,33%, sem água encanada. Os números foram divulgadoshoje (28) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com base emdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2004, doInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Deacordo com o Unicef, se forem analisados recortes por raça, unidadesfederativas e escolaridade das mães, as estatísticas mostram desigualdades noacesso a esses serviços.Naregião Nordeste, o percentual de crianças e adolescentes que não contam comágua de qualidade é de 13,64%, mais elevado que a média nacional. No topo doranking, está o Piauí, com 19,21% dos meninos e meninas vivendo em casas semágua encanada. Em seguida, vêm Pernambuco, com 16,37% e Bahia, com 15,03%.Aregião Norte também apresenta um índice de crianças e jovens de até 18 anos semacesso a tratamento de água maior que o de todo o país, de 6,72%. Na própriaregião há contrastes, como entre o Amazonas, onde a falta de água potávelatinge 12,58% da população nessa faixa etária, e Roraima, onde o índice é deapenas 0,25%.Nasdemais regiões, os índices são menores que a média nacional: 0,82% no Sudeste,0,77% no Sul e 0,57% no Centro-Oeste. Em todo o Brasil, a unidade federativaque apresenta o menor percentual é o Distrito Federal (0,05%).Emrelação a saneamento básico, a situação é mais precária na Amazônia, onde17,68% das crianças e adolescentes moram em casas sem esgotamento sanitário. Naoutra ponta, aparece o Distrito Federal, com 0,4% da população infanto-juvenilsem acesso ao serviço.Entreas crianças negras, 19% vivem em casas sem esgoto e 7,85%, sem água dequalidade. No caso das brancas, os percentuais são menores, 8,47% e 2,59%,respectivamente.Segundoo Unicef, a realidade também muda conforme a escolaridade das mães. Entre ascrianças filhas de mães que têm um ano de estudo, 14,51% não contam com água dequalidade. Esse percentual cai para 0,68% entre os filhos de mães quefreqüentaram a escola durante 11 anos ou mais.Emrelação a saneamento básico, a diferença é ainda maior. Entre as crianças eadolescentes cujas mães têm menos de um ano de estudo, 35,13% vivem sem acessoa esgoto. No caso dos filhos de mães com mais de 11 anos de estudo, o índice éde 2,78%.