Monique Maia
Da Agência Brasil
Brasília - O uso de fontes alternativas de energia, como vento e sol, está em debate na 6ª Conferência Latino Americana sobre Meio Ambiente (Ecolatina). O encontro começou ontem (18) e termina quinta-feira, em Belo Horizonte, conhecida por especialistas como “cidade solar da América Latina”.De acordo com o coordenador do encontro, Ronaldo Gusmão, é fundamental discutir a utilização dessas fontes de energia, já que o uso em excesso de petróleo e carvão mineral está alterando o clima do planeta, assim como os desmatamentos e queimadas.“Se trabalharmos de forma integrada, temos condições de ser no futuro uma potência do ponto de vista da energia renovável, não só para a América Latina como para todo o mundo”, afirmou.Atualmente, 8% da energia produzida no mundo vem de fontes renováveis. No Brasil, o índice é de 40%. Alguns municípios aproveitam esse potencial, como Belo Horizonte. A capital mineira utiliza energia solar como base para aquecimento de água, substituindo os chuveiros elétricos.“Cerca de 8% da energia consumida no Brasil se deve à utilização de chuveiros elétricos. Iniciativas como essa são importantes porque diminuem a pressão do consumo de energia gerado de outras fontes, principalmente hidrelétricas, e aumentam o nível de eficiência ecológica na cidade”, avalia o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, Cláudio Langone.De acordo com o secretário, é preciso apostar em uma matriz energética mais diversificada e sustentável. O presidente da Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia (APMPE), Ricardo Pigatto, concorda. Mas lembra que o uso das tecnologias vai diminuir o risco de déficit na geração de energia apenas nos anos de 2010 e 2011.Um estudo divulgado pela organização não-governamental WWF sugere que o Brasil adote um plano nacional de eficiência energética com metas quantitativas. E estima que, com a adoção de um cenário sustentável, o desperdício de energia pode cair até 38% até 2020.A Ecolatina reúne 43 instituições nacionais e internacionais e representantes dos governos federal, estadual e municipal, além de 13 países, entre eles Argentina, Chile, México, Estados Unidos e França. O evento é promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Secretaria do Meio Ambiente de Minas Gerais e Prefeitura de Belo Horizonte.