Thomaz Bastos terá de explicar por que Renan Calheiros foi avisado de operação da PF

13/09/2006 - 20h42

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília (Brasil) - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, também terá de prestar esclarecimentos ao Ministério Público sobre aviso prévio dado pela Polícia Federal ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a respeito de uma busca e apreensão que seria feita na Casa, dentro da Operação Mão-de-Obra.O MP quer saber o motivo da prática, que era constante e tinha “conseqüências desastrosas para o sucesso das operações”, segundo o procurador da República José Alfredo de Paula Silva. O Ministério da Justiça diz apenas que só o procurador-geral pode fazer o pedido de esclarecimento e que não recebeu nada até o momento.“É nosso dever controlar a atividade policial, essa medida é ilegal e pode configurar crime de violação de sigilo funcional e improbidade administrativa”, explica o também procurador da República Luciano Sampaio. Ambos concederam, na tarde de hoje (13), entrevista coletiva para anunciar que, se for preciso, vão abrir investigação para apurar o caso.Segundo os procuradores, todos que tinham conhecimento da prática poderão ser responsabilizados. O MP já havia anunciado que pediu explicações da direção da Polícia Federal e responsáveis pela execução.As investigações da Operação Mão-de-Obra resultaram no indiciamento,por parte da PF, de 19 pessoas sob acusação deenvolvimento em fraudes em licitações públicas. O Ministério Público apresentou denúncia à Justiça contra 18 pessoas com base noinquérito.