Associação criará grupo para discutir cumprimento da lei de combate à violência contra a mulher

13/09/2006 - 20h21

Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Associação de Magistrados Brasileiros (AMB) vai criar umgrupo de trabalho para discutir formas para o efetivo cumprimento da lei decombate à violência contra a mulher, que entra em vigor a partir do dia 22 desetembro. Segundo a vice-presidente da associação, juíza Andréia Pachá, o grupotrabalhará em conjunto com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.Um dos principais focos será a formação de uma rede com oobjetivo de sensibilizar juizes de todo o país sobre a importância de enfrentarobstáculos que impeçam a aplicação da lei. “Há uma série de problemasrelacionados às medidas sócio-educativas para o agressor. A prisão deve serefetivamente cumprida, mas essa violência tem uma natureza diferente dasdemais. Muitas vezes a mulher volta para o marido e o problema se repete”,explicou Andréia Pachá.A falta de núcleos de atendimento psicológico foi apontadopela juíza como uma grande dificuldade, especialmente para municípios menores.“Nós vamos criar uma rede para disseminar experiências que derem certo para ocumprimento dessa lei, e propor iniciativas como, por exemplo, parcerias comserviços de universidades para o atendimento desses agressores”.Também está sendo organizado um seminário, previsto para omês de outubro, com o objetivo de debater questões relacionadas à violênciacontra a mulher. “Nós pretendemostrazer um juiz representando cada estado para discutir asmelhores práticas. O país não pode criar uma lei, que gera tanta expectativa nasociedade, e não desenvolver formas para  cumpri-la”.Outra ação da AMB será a criação de uma campanha voltadapara a sociedade. “Esse é também um foco para o cumprimento da lei. Homensmachistas, mulheres com vergonha de denunciar e uma sociedade complacente, queleva ao pé da letra o ditado que em briga de marido e mulher ninguém mete acolher”.A juíza Andréia Pachá se reuniu hoje (13) com a ministraNilcéia Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, naAssociação de Magistrados do Rio de Janeiro (Amerj).