INSS registra paralisação de 95% dos médicos peritos no Rio de Janeiro

13/09/2006 - 15h08

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A assessoria de imprensa do Instituto Nacional do SeguroSocial (INSS), no Rio de Janeiro, informou hoje (13) que 95% dos médicosperitos deixaram de prestar atendimento aos segurados nos 90 postos do estado. Sem perícia, ossegurados não conseguem encaminhar ou renovar benefícios como auxílio-doença epensão por invalidez.Em nota divulgada à  imprensa, o Ministério daPrevidência Social orienta os segurados com perícia marcada para hoje (13) eamanhã (14) que “compareçam normalmente à agência onde a perícia foi agendadapara que possam remarcar o atendimento”. O ministério afirma ainda que“mantém o empenho em dialogar com a categoria” e “tem atendido sistematicamenteas reivindicações”.A decisão de suspender nacionalmente as perícias médicasnesta quarta e quinta-feira foi tomada pela Associação Nacional dos MédicosPeritos (ANMP) para sensibilizar o governo federal para a pauta dereivindicações da categoria, que tem como ponto central a segurança notrabalho. A principal reclamação dos médicos se refere às agressõesque recebem dos segurados quando os laudos para concessão de benefícios sãonegativos. Uma pesquisa feita pela associação dos médicos com 531 peritos emtodo o país, indicou que 93% dos peritos já sofreram agressões verbais, sendoque 22% chegaram a ser agredidos fisicamente.O ministério esclareceu na nota divulgada hoje que a“comunicação dos resultados das perícias dos segurados sem vínculo (a grandeparcela dos indeferimentos)”, por meio de carta encaminhada à residência dosegurado,deve entrar em operação até 16 de outubro, o que acaba com orisco de ocorrência de agressões pelo resultado dasperícias”.          Hoje, enquanto representantes da categoria faziam um balançoda paralisação, o perito Fernando Mury Glória, que trabalha na agência do INSSde Campo Grande, na zona oeste do município do Rio, apresentou queixa de ameaçade morte que recebeu esta manhã pelo correio. O médico informou que iráprocurar a Polícia Federal para intervir no caso.