Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - O serviço de perícia médica da Previdência Social ficou sem funcionar hoje em 30% das agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de Recife e região metropolitana, em função da greve nacional de advertência de dois dias, deflagrada pelos peritos da instituição.
O balanço da paralisação foi divulgado pela chefe da perícia médica da gerência do INSS na capital pernambucana, Ena Albuquerque. De acordo com a médica, a greve é para reivindicar mais segurança no ambiente de trabalho, já que os profissionais de saúde têm sido alvo de agressões físicas e verbais, por parte dos segurados, no momento em que dão a notícia de que os benefícios foram encerrados ou indeferidos.
“A gente quer proposta concreta para exercer a profissão com segurança. Precisamos saber como o governo irá se comprometer no sentido de assegurar que a categoria poderá atuar na defesa do maior patrimônio do trabalhador, que é a Previdência, protegida das agressões das pessoas que não se conformam com a negação dos benefícios e, ao invés de recorrer aos órgãos oficiais de Justiça, ameaçam a integridade física dos peritos”, afirmou Ena Albuquerque.
Para ela, a revolta dos segurados deve-se a questões sociais, relacionadas à dificuldade de arrumar emprego. “Muitas pessoas buscam a Previdência como fonte de sobrevivência e, quando são declaradas capazes para o trabalho, não aceitam perder o benefício com medo de não ter meios para se manter”, observou.
A médica destacou que uma das sugestões apresentadas pelo movimento é a colocação de câmeras e saídas de emergência dentro das salas de perícia.
Na Gerência Recife, composta por 11agências do INSS, estão cadastrados 77 peritos, sendo que 42 atuamemitindo parecer conclusivo de perícias médicas. Os demais estãodistribuídos no trabalho de auditorias, juntas de recursos,reabilitação profissional, serviço de gerenciamento do benefíciopor incapacidade e supervisões.