Em greve, peritos do INSS pedem melhores condições de trabalho

13/09/2006 - 14h59

Manoela Alcântara
Da Voz do Brasil
Brasília - Melhores condições de trabalho e mais segurança. Essas são as principais reivindicações dos médicos peritos da Previdência Social, que hoje (13) iniciaram uma greve de dois dias em todo o país. Com a paralisação, os assegurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não podem fazer a perícia necessária para receber benefícios como o auxílio-doença e a aposentaria por invalidez.A categoria pede aumento no número de consultórios. Segundo a Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), atualmente existem 1,3 mil salas para 4,8 mil médicos atenderem cerca de 500 mil consultas por mês.Outro pedido é que os laudos sejam encaminhados pelo correio, pois, muitas vezes, segurados insatisfeitos agridem os médicos, diz a perita Ana Maria Facci.“A maior causa de agressão é quando você nega o pedido. O segurado não fica satisfeito e agride o médico”, conta. “Em agosto deste ano, foi feito um acordo com o INSS para que os laudos fossem enviados à casa dos segurados pelo correio, mas essa reivindicação só poderá ser atendida em 15 de outubro”.A paralisação pegou muita gente de surpresa. O segurado Carlos Sidney, de 44 anos, tem hérnia de disco e um problema no braço direito. Há três anos teve que se afastar do trabalho por sentir dores constantes e não conseguir andar. O médico da empresa onde trabalhava já atestou sua invalidez. Sidney tinha uma consulta hoje para renovar a licença no INSS. Mas, ao chegar no posto de atendimento, não encontrou ninguém.“Eu vim com dificuldades até aqui. Cheguei e não tem ninguém para fazer perícia. Tenho que voltar para casa e esperar. E agora?”, indagou.Segundo dados da ANMP, mais de 90% da categoria aderiu à greve. Caso as reivindicações não sejam atendidas até o dia 20 deste mês, os médicos farão greve por tempo indeterminado.