Quase metade dos alimentos que vão para entidades assistenciais é da agricultura familiar

18/08/2006 - 14h45

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Hoje, no Brasil, 40% dos alimentos encaminhados a entidades sociais e assistenciais (creches, asilos e escolas, dentre outras) são provenientes da agricultura familiar. O principal produto são os grãos, mas o governo pretende ampliar a compra de hortifrutigranjeiros para abastecer essas instituições, que, em 2005, beneficiaram 6 milhões de pessoas.A informação é da coordenadora de Apoio e Vigilância Alimentar e Nutricional, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Rachel Cossich. A compra dos produtos faz parte do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), voltado aos agricultores do Programa Nacional para Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Esta semana, o governo ampliou de R$ 2,5 mil por ano para R$ 3,5 mil por ano o valor de compra dessa produção. Em conjunto, o teto subiu para R$ 1,5 milhão por ano.O aumento, segundo Cossich, contribui para que o pequeno agricultor possa sustentar a família "com dignidade" e permanecer no campo. “Não queremos criar dependência, mas alavancar a capacidade de produção e comercialização dos 4 milhões de agricultores familiares espalhados pelo país”, afirmou, em entrevista hoje (18) à Rádio Nacional.A intenção, diz a coordenadora, é incentivar o aumento da produção dos agricultores familiares e, ao mesmo tempo, dar garantias mínimas para comercialização da produção excedente. Ela ressaltou, porém, que os agricultores têm "total liberdade" para negociar sua produção com outros setores do mercado.O PAA é operado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) com recurso dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Os agricultores inscritos no Pronaf ou suas associações e cooperativas negociam diretamente com a Conab, que tem até 12 meses para pagar, com encargos de 3% ao ano.