Professor diz que estabilização do Haiti não depende apenas da presença militar

18/08/2006 - 20h51

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A manutenção da Missão das Nações Unidas para aEstabilização do Haiti (Minustah) é indispensável para a estabilização do país,defendeu hoje (18) o doutor em Relações Internacionais da Universidade de SantaMaria, do Rio Grande do Sul, Ricardo Seitenfus. Segundo ele, o Haiti passa por um momento muito delicado deafirmação e de reconhecimento do governo eleito. “Além disso, há um grandeproblema de segurança por todo o Haiti, principalmente na capital, PortoPríncipe”, disse. Seitenfus disse que a estabilização do país não deve serfeita somente pela presença militar. “A presença da comunidade internacional noHaiti não pode ser feita unicamente através de uma presença militar, masresponder aos verdadeiros desafios da sociedade haitiana, que é a reconstruçãodo Estado, e a luta contra a fome, contra a miséria”, afirmou.Na sua avaliação, a presença da comunidade internacional no Haitiainda vai durar por pelo menos cinco anos. Defendeu, no entanto, que a presençamilitar deve ser reduzida pouco a pouco pela presença de uma força policialnacional.Seitenfus disse que o Brasil tem um papel importante parafomentar a cooperação da comunidade internacional na área social. “Temos queencontrar um meio de realizar uma cooperação triangular. Eu vejo nesse sentidoo papel do Brasil”, disse. “Países com experiência na área de social, na área deagricultura familiar, na área de limpeza urbana podem ajudar a responder asdemandas sociais do Haiti”, afirmou.