Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - A médica Zilda Arns, coordenadora nacional da Pastoral da Criança, acredita que os investimentos na área social podem ajudar a diminuir a violência no Brasil. “Não conseguiremos diminuir a violência no Brasil se não cuidarmos da base, ofertando boa educação e saúde à criança“, disse, em palestra no Encontro Brasileiro de Direitos Humanos, que está sendo realizado na capital paranaense.O programa coordenado por ela na Pastoral da Criança visita mensalmente cerca de 1,4 milhão de famílias e atende cerca de 1,9 milhão de crianças e 100 mil gestantes. "Essa população tem acesso ao conhecimento, que gera a diminuição da mortalidade infantil e da desnutrição. Como conseqüência, é menor a violência nas famílias que são assistidas pela pastoral", disse Zilda.A mortalidade de menores de um ano nas comunidades em que a Pastoral da Criança atua chega a ser 60% menor do que a média nacional, explica a médica. Esse resultado, de acordo com ela, é ainda mais significativo se se considerar que a Pastoral tem sua ação concentrada em bolsões de pobreza e miséria, onde esse índice costuma chegar ao dobro da média nacional.O índice nacional de mortalidade infantil é de 29,6 por mil nascidos vivos. O da Pastoral é de 13,7 por mil nascidos vivos.De acordo com definição do site oficial da entidade, a Pastoral da Criança é "uma organização comunitária, de atuação nacional, cujo trabalho se baseia na solidariedade humana e na partilha do saber. O objetivo é o desenvolvimento integral da criança, da concepção aos seis anos de idade, em seu contexto familiar e comunitário, a partir de ações de caráter preventivo".A Pastoral é vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e é formada por 250 mil voluntários, que atuam em nível comunitário e dão sustentação à instituição.