Unicef condena novos ataques israelenses ao sul do Líbano

31/07/2006 - 13h02

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os ataques israelenses ocorridos neste domingo (30) na localidade de Qana, no sul do Líbano, são “uma dramática evidência de que as crianças estão, mais uma vez, pagando o alto preço da guerra”. A afirmação é da diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Ann Veneman, que divulgou nota à imprensa condenando os ataques a civis, particularmente às crianças.“Apelamos para que todas as partes envolvidas peçam ao secretário-geral [da Organização das Nações Unidas] Kofi Annan uma suspensão imediata das hostilidades”, defendeu Veneman na nota, divulgada ontem, após as ações das forças israelenses no Líbano. A estimativa é de que, dos cerca de 60 mortos durante os ataques, pelo menos metade sejam crianças.O governo do Líbano estima que, desde o início dos conflitos entre o Hizbollah e Israel, 600 pessoas foram mortas e mais de 3 mil ficaram feridas no Líbano. Mais de um terço das vítimas são crianças, de acordo com o Unicef. No comunicado, a organização aponta que mais de 800 mil pessoas deixaram suas casas e que quase 120 mil pessoas estão vivendo em 652 escolas e parques públicos ao redor de Beirute, capital do Líbano. Dessas, 45% são crianças.Ann Veneman defendeu a adoção de mecanismos para “proteger as crianças, os feridos, as pessoas com deficiência e os mais idosos que não podem refugiar-se ou escapar das áreas mais afetadas pelos bombardeios”. Ela também disse que é preciso estabelecer formas de dar salvo-conduto às operações humanitárias para garantir suprimentos de emergência em hospitais e centros de saúde, sobretudo no sul do Líbano.Na nota, a diretora manifestou preocupação em relação a um possível colapso dos serviços de saúde e disse que é necessário providenciar geradores de energia e combustível. Para a diretora, também é necessário garantir água e saneamento, comida e outros suprimentos básicos “para dezenas de milhares de desabrigados alojados em prédios públicos em áreas de conflito”, assim como estabelecer sistemas de comunicação de emergência para as comunidades mais vulneráveis “para que possam informar suas condições e pedir ajuda em caráter de emergência”.Na avaliação de Veneman, é fundamental garantir a segurança dos funcionários de ações humanitárias das Nações Unidas, “que estão prestando assistência às pessoas vítimas dos conflitos, especialmente às crianças”.