Empresas de biodiesel pedem antecipação de meta do programa

31/07/2006 - 17h25

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouviu hoje (31), durante reunião no Palácio do Planalto, reivindicações de agricultores e representantes da cadeia produtiva do biodiesel e também das empresas do combustível renovável. Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Manoel dos Santos, alguns produtores têm reclamado do preço pago pelas plantas oleaginosas (mamona, dendê, girassol e outras), matéria-prima do biodiesel. “Há muita reclamação dos produtores lá na base, por exemplo, o preço da mamona não tem sido compensador”, disse Santos. Outra preocupação dos pequenos agricultores é que o biodiesel não tenha preço acima do diesel tradicional nos postos de combustível, acrescentou.  A Associação Brasileira das Indústrias de Biodiesel (ABIOdiesel) pediu a antecipação da adição obrigatória de 2% de biodiesel ao diesel prevista para 2008, compra mensal de volume por produtor potencial e credenciado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e criação de uma câmara setorial do biodiesel no Ministério de Minas e Energia.  O presidente Lula reafirmou o compromisso do governo em investir no programa. “O governo não tem olhos gordos para cobrar muito imposto, se for preciso reduzir, reduzir um pouco mais. O que nós queremos, sobretudo, é que os empresários tenham possibilidade de investir, que os trabalhadores tenham possibilidade de ganhar um pouco de dinheiro na sua vida e que os consumidores tenham um produto de qualidade a um preço justo no posto de gasolina”, afirmou.  Quanto à antecipação da meta do programa, solicitada pelas empresas do setor, Lula defendeu cautela no andamento da produção de biodiesel. O programa nacional prevê a mistura obrigatória de 2% do combustível renovável ao diesel a partir de 2008 e o aumento desse percentual para 5% a partir de 2013. “Nós não precisamos ficar até 2013 esperando colocar B5 (adição de 5%). Nós não queremos atropelar o processo, porque senão a gente vai com muita sede ao pote, e nunca faz bem quando a gente vai com muita sede ao pote”, disse. “Se for preciso apertar um pouco, vamos apertar, mas trabalhando conjuntamente”, acrescentou.