Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor de normalização da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Eugênio Guilherme Tolstoy, conta que alguns países do Mercosul resistem à adoção de padrões comerciais, uma vez que estes abrem as portas para os produtos estrangeiros. “Você tem países em estágios diferentes de desenvolvimento para cada produto. Com a norma harmonizada entre os quatro países, você nivela e tem o risco de ter muita entrada de produtos de outro país no seu, então é sempre acompanhado de muita discussão tarifária", explica. Discute-se, segundo ele, mudança na alíquota de importação e proteção por um certo tempo a determinados produtos.Mas o diretor da ABNT afirma que, de forma geral, a padronização é benéfica porque otimiza a produção. Com as mesmas características, os produtos podem ser exportados sem que sejam necessárias adaptações. “A competição no mercado não pode ser dada por barreira técnica, mas por competência, produtividade e tecnologia”.Desde a criação do Mercosul, normas para padronização de produtos vem sendo adotadas. A medida, além de facilitar o comércio na região, é necessária para a definição tarifária, de acordo com Tolstoy. “Alguns produtos, para terem a questão tarifária bem definida, têm de ser padronizados nos quatro países”.As discussões sobre padrões são feitas entre os representantes dos setores da indústria no âmbito de uma associação. As normas são aprovadas apenas quando há acordo entre todos os membros. De acordo o diretor da ABNT, cerca de 18 setores, tais como brinquedos, cimento, elétrico e pneus, têm discussões ativas sobre a questão.