Israel convoca reservistas e reforça tropas na fronteira com o Líbano

22/07/2006 - 10h22

Julio Cruz Neto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O conflito no Oriente Médio já passa de dez dias dando sinais de que vai recrudescer, de acordo com informações divulgadas pela imprensa internacional. Israel convocou reservistas, despejou panfletos no sul do Líbano pedindo para as pessoas deixarem suas casas e postou artilharia mais pesada na fronteira. O líder do Hizbollah, grupo armado libanês, apareceu na TV para mostrar que está vivo e prometeu surpresas. As Forças Armadas do Líbano ameaçaram entrar em ação se os israelenses entrarem no país por terra.Em meio a isso, a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, anunciou para domingo (23) sua ida ao Oriente Médio, para se encontrar com o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, e o líder palestino Mahmoud Abbas – o conflito no Líbano ocorre simultaneamente ao agravamento das tensões nos territórios palestinos, onde Israel também reagiu a um ataque a seus soldados, a exemplo do que ocorreu na fronteira com o Líbano.A notícia do aumento do efetivo militar israelense na zona de conflito surgiu após uma intensificação dos ataques ao sul do Líbano, com uma série de ataques realizados hoje (21) e novas vítimas entre as milícias do Hizbollah, informam as Forças Armadas de Israel. Também houve registro de novas vítimas do lado israelense.A disputa retórica também ficou mais intensa. “Precisamos mudar nossa maneira de pensar. A vida humana é importante, mas estamos em guerra, e isso custa vidas. Não vamos contar os mortos agora, só no final. Vamos chorar pelos mortos e encorajar os combatentes”, declarou o general Udi Adam, do Comando Norte israelense, de acordo com o jornal israelense Haaretz.O ministro da Defesa do Líbano, Elias Murr, ameaçou colocar as tropas em ação caso Israel invada o país, de acordo com o mesmo jornal. “O exército libanês, eu repito, o exército libanês vai resistir e defender, e provar que merece respeito”. Até o momento, o conflito está restrito ao exército israelense e os combatentes do Hizbollah.O agravamento do conflito aumenta o perigo para os civis, dentre os quais há um grande número de brasileiros - sete já foram mortos nos ataques de Israel. Ontem (20), um ônibus com 52 brasileiros partiu de Beirute em direção à Turquia, de onde os vôos da Força Aérea Brasileira estão partindo para trazer passageiros de volta ao país.