Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Refletir sobre o modelo dereforma agrária é o principal objetivo do Encontro Nacional dos Povos no Campo:por Dignidade e Justiça, que se realiza entre os dias 23 e 25 deste mês, emBrasília. O evento tem organização do Fórum Nacional pela Reforma Agrária, quereúne 45 entidades, entre as quais a Confederação Nacional dos TrabalhadoresRurais na Agricultura (Contag), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra(MST) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT).Segundo a coordenadora daComissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Confederação Nacional dosTrabalhadores Rurais na Agricultura, Carmem Foro, os principais temas dosdebates serão a importância da reforma agrária e o atual modelo dedesenvolvimento agrícola; a necessidade de chamar a atenção da sociedade sobreo perigo do modelo de desenvolvimento agrícola vigente e as medidas parapreservação da biodiversidade. “Vamos fazer uma reflexão sobre o atual modelode reforma e adotar um posicionamento contra esse modelo”.Para o secretário deAmbiente da Comissão Pastoral da Terra, Dirceu Fumagalli, o encontro é umaoportunidade que os movimentos têm de ver com clareza a situação no campo.“Esse é um momento de análise, de perceber a situação com a qual nos deparamosFumagalli disse que seráfeita uma avaliação das políticas públicas para reforma agrária adotadas pelogoverno nos últimos anos. “O que vai ser avaliado é uma política, um modelo quefoi desencadeado há algum tempo e até que ponto esse modelo tem significado ounão”.De acordo com Foro, não hácomo fazer um encontro desse nível e não tarar das políticas do governo para aárea, nem se pode deixar de lado o que os movimentos querem para uma próximagestão. “Não estamos à margem de um processo desses. Vamos ter posicionamento,indicações e proposições que digam o que queremos para a reforma agrária”.A coordenadoranacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Marina dosSantos, informou que no final do encontro será elaborada uma carta com asprincipais plataformas da reforma agrária e da agricultura familiar para ospróximos anos. “Esse documento vai para um debate interno do fórum sobre o quenós queremos para o país em relação à reforma agrária e à agricultura familiar.As entidades já estão há três meses discutindo esse documento. Nestes três diasestaremos fechando esse documento”.