Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A articulação entre diversos setores e órgãos é a atual estratégia brasileira para combater o uso de drogas. Embora tenha sido criada especificamente para tratar da questão, a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) não tem caráter executor, ou seja, é responsável apenas pela elaboração e articulação da política para o assunto. Ao todo, 13 ministérios executam políticas na área. “A política nacional dá as diretrizes de como a questão da droga deve ser abordada no país e, a partir dela, são elaboradas as políticas setoriais”, explica Paulina Duarte, diretora de Prevenção e Tratamento da Senad, que é vinculada à Presidência da República.A atual política de combate à droga é dividida em dois eixos. O Ministério da Justiça, por meio da Polícia Federal, é responsável pela redução da oferta, enquanto a Senad responde pela redução da demanda, a partir de políticas para diminuição do uso e do abuso, assim como para tratamento dos dependentes. Segundo Duarte, a visão do governo brasileiro em trabalhar em um esquema multi-setorial é a forma como a maioria dos países trata da questão das drogas atualmente, ou seja, diferenciando dependência de crime. “A dependência e os usuários são vistos como problemas sociais e de saúde. Já o tráfico de drogas é, sem dúvida nenhuma, um problema de polícia”, diz a diretora da Senad.Ela afirma que o álcool, como as demais drogas, acarreta problemas de saúde, violência, segurança pública e acidentes de carro. Mas tem um agravante: “é a droga mais consumida no Brasil e em todos os países do mundo”. Por essa razão, nas novas políticas públicas, o álcool é encarado não como uma substância que foi incluída nos programas de saúde, mas como “uma droga maléfica como qualquer outra e com um único diferencial: a legalidade”.Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 80% dos casos de transtorno mental têm o álcool como agravante.