Agentes penitenciários estão em greve em 11 unidades prisionais de São Paulo

16/07/2006 - 16h29

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Parentes das detentas da Penitenciária Feminina de Campinas, no interior paulista, não estão fazendo as visitas costumeiras neste domingo porque os agentes penitenciários decidiram aderir à greve, que atinge outras dez unidades de um total de 144 existentes no sistema prisional do estado. A paralisação, iniciada ontem (15), é um sinal de protesto contra a crise na segurança após os novos ataques do crime organizado. Em consequência, estão sendo mantidos apenas os serviços essenciais como reposição de medicamentos e de alimentos, realização de refeições e atendimento à saúde dos presos. Banhos de sol e visitas estão suspensos. De acordo com o secretário geral do sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp), Rozaldo José da Silva, a categoria decidiu em assembléia pela paralisação nos finais de semana, mas em sua avaliação há risco de que o movimento se esvazie. "Nem todos os funcionários estão participando da greve por temer represálias e muitos têm recebido ameaças de morte por telefone”, disse. Ele criticou o governo do estado, afirmando que a continuidade dos ataques e a contabilização de vítimas entre os agentes não foram interrompidas, mesmo diante da anunciada garantia das autoridades de que “o crime organizado estava dominado dentro dos presídios”. Além do presídio Feminino de Campinas, a greve acontece em seis unidades do complexo Campinas/Ortolândia, no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Americana, no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Ribeirão Preto e nas Penitenciárias I e II de Presidente Venceslau.