Tratamento de dependência carece de investimentos e políticas, diz secretário de Atenção à Saúde

16/07/2006 - 11h37

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A dependência química, tratada pelo governo brasileiro como um transtorno mental, é uma área carente de investimentos e políticas diretas. A afirmação é do secretário nacional de Atenção à Saúde, José Gomes Temporão. “Essa é uma área em que talvez nós tenhamos uma grande fragilidade na capacidade de intervenção e apoio do Estado”, disse Temporão, em entrevista à Agência Brasil. Esta semana, ele participou da instalação do grupo de trabalho que, no futuro, vai constituir o Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental.De acordo com o secretário, as políticas para o tratamento de distúrbios mentais estão concentradas nos Centros de Apoio Psico-Social (Caps). “O Ministério da Saúde tem Caps específicos para usuários de drogas e álcool”, diz. Os centros oferecem atendimento “vinculado à saúde e à comunidade, com técnicas terapêuticas modernas baseadas nos direitos dos usuários”.José Gomes Temporão reconhece, no entanto, que alguns tratamentos necessitam de internação, o que não é oferecido pelos Caps. “Existem situações em que a pessoa dependente necessita de uma internação, um afastamento mais radical da situação que cria o uso”.O uso contínuo de medicamentos é outra necessidade dos pacientes. Segundo o secretário, os Caps os oferecem gratuitamente às pessoas que são usuárias de medicação. “Mas não excluímos a possibilidade de a farmácia popular, que atualmente oferece remédios para hipertensão e diabetes, também incluir esses produtos em algum momento.”