Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Formular diretrizes para uma política eficiente de educação penitenciária. Esse é o objetivo do Seminário Nacional para a Educação nas Prisões, promovido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e os ministérios da Justiça e da Educação. O evento começou hoje(12) e vai até sexta-feira (14).Dados do Ministério da Justiça informam que o Brasil tem hoje 316 mil presos – 70% deles não concluíram o ensino médio e 10% são analfabetos. E que apenas 18% deles desenvolvem alguma atividade educativa durante o cumprimento da pena. Segundo o secretário de Educação continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação, Ricardo Henriques, o principal desafio é fazer com que a escolaridade dos presos aumente, "pelo menos em direção ao ensino fundamental". Na opinião dele, "hoje isso é viável, porque podemos conseguir que as secretarias de Administração Penitenciária e de Educação nos estados conversem para criar um campo de ensino e aprendizagem". Já o diretor do diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Mauricio Kuehne, afirmou que a educação é um meio de reinserção social e de aumentar a auto-estima do preso. “Na medida em que nós possamos ocupar mais essas mentes ociosas no aspecto educacional, e também fazer com que eles possam desempenhar alguma atividade laborativa, estaremos procurando resgatar a auto-estima desses privados de liberdade, propiciando condições para sua reinserção social futura”, disse.Para o especialista em educação da Unesco no Brasil, Célio da Cunha, investir na educação é evitar futuras prisões. “Quanto mais educação de qualidade a pessoa tiver, quanto mais a pessoa adquirir valores, é menor a possibilidade de ela se envolver com o crime. A educação tem o seu sentido preventivo”, diz.No final do seminário será apresentado um documento com diretrizes para uma Política Nacional de Educação nas Prisões.