Diretora diz na Câmara que Volks está aberta a discussão do plano de reestruturação

12/07/2006 - 23h56

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Volkswagen está aberta ao diálogo sobre o plano de reestruturação anunciado em  maio, o qual inclui demissões de trabalhadores, mas a empresa não pode interromper o processo de demissão para esperar eventuais iniciativas do governo. O anúncio foi feito hoje (12) pela diretora de Assuntos Governamentais da empresa no Brasil, Elizabeth de Carvalhaes, durante audiência conjunta das comissões de Desenvolvimento Econômico e de Trabalho da Câmara. Segundo ela, a empresa poderá até rever a decisão, caso o governo reduza as taxas de juros e a carga tributária. Ela informou aos deputados que a carga tributária de um carro popular corresponde a 30 % do valor total do veículo.Elizabeth de Carvalhaes informou que a reestruturação da empresa tem como objetivo incluir o Brasil em uma tendência mundial, até porque segundo ela, 43% da produção nacional são exportados. E citou a concorrência que existe dentro e fora do país, ao comparar os custos de produção em países do Leste Europeu e na China: eles equivalem a um terço dos gastos brasileiros. "A busca de mercado não é só do Brasil", alertou. Em maio, a empresa anunciou que pretende reduzir em 25% os custos com mão-de-obra na produção de novos modelos e também que estuda fechar uma das cinco fábricas brasileiras. Representando o governo, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho, Mário Barbosa, pediu que a reestruturação da empresa seja feita com responsabilidade social. "O Ministério coloca-se à disposição para mediar esse acordo a fim de evitar as demissões", se ofereceu o secretário, ao lembrar que em 1998, foi possível um acordo entre o sindicato e a Volkswagen para evitar demissões.Para o deputado Ivan Valente (Psol-SP), um dos autores da convocação da reunião, era importante a presença de representantes dos trabalhadores, que no entanto não compareceram. "A audiência estava a serviço deles, foi um erro não levar o debate para um espaço público com repercussão nacional".