Mantega anuncia criação de comissões para examinar propostas de empresários

12/07/2006 - 21h31

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio -

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anuncia que vai criar comissões cuja tarefa será levar adiante as propostas entregues hoje por uma comitiva de empresários liderada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, visando à resolução de problemas comuns à ndústria e ao comércio.

Os empresários atenderam a convite formulado pelo próprio ministro, cuja idéia era fazer uma reunião de trabalho diferente dos encontros habitualmente realizados no ministério, conforme revelou Mantega. “Eu  vim aqui fundamentalmente para ouvir os empresários, para ouvir os problemas que estão dificultando as suas atividades”.

Foram debatidas questões desde construção civil e indústria naval, até infra-estrutura, devolução de ICMS, portos, entre outras, disse Mantega, que ressaltou o fato de não ter sido levantada por nenhum dos presentes a questão das eleições de outubro. Essas reuniões são importantes, segundo frisou o ministro,  porque dão a oportunidade de conhecer os problemas em profundidade. O ministro explicou que, às vezes, as estatísticas  podem dar a falsa impressão de que tudo está correndo bem.

“Se nós olharmos, por exemplo, os números do Produto industrial (PIB),  chegaremos à conclusão de que a indústria está  crescendo 1,6% no mês de maio. É um resultado muito bom. Mas aí você conversa com os empresários e percebe que se a média está indo muito bem, há alguns setores que têm problemas que podem ser resolvidos  e encaminhados, que existem questões que têm de ser avançadas e que dizem respeito ao estado. É isso que nós viemos tratar aqui”, informou o ministro.

O presidente da Firjan louvou a atitude do ministro de escutar o setor real da economia, repetindo reunião já efetuada em São Paulo.  “Só conversando com as empresas e com as pessoas envolvidas na economia real é que a autoridade, além das estatísticas, conhece os dramas que as empresas passam e as dificuldades para se ir adiante”, manifestou Gouvêa Vieira.

Um dos pontos abordados foi a questão da segurança do Rio de Janeiro. Como o estado tem um grande potencial turístico, o ministro afirmou que “além da segurança da própria população que aqui mora,  é importante que haja um avanço nessa questão”. Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira lembrou que na última semana foram encontrados 14 corpos no centro da cidade. “Isso nós não podemos considerar normal. Isso afeta e tende a perturbar, inclusive, a própria democracia”.

O presidente da Firjan lembrou que a questão da segurança é nacional e ultrapassa o eixo Rio de Janeiro/São Paulo. Segundo indicou, “é preciso que o poder público local esteja demandando permanentemente ajuda a Brasília e que os três níveis de governo se envolvam para tentar melhorar esse sentimento de frustração que é da sociedade inteira”.