Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Mesa Diretora da Câmara decidiu, durante reunião hoje (12), adiar para a primeira semana de agosto a discussão e votação dos pareceres da Comissão de Sindicância da Casa que pedem a abertura de processos de cassação dos mandatos dos deputados B. Sá (PSB-PI) e Domiciano Cabral (PSDB-PB). A informação foi dada pelo presidente da Casa, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que disse ter distribuído os processos para análise dos integrantes da Mesa com o compromisso de que não haverá pedido de vista na próxima reunião da Mesa, em agosto, quando haverá esforço concentrado na Câmara.A Comissão de Sindicância aprovou pareceres do relator deputado Robson Tuma (PFL-SP) propondo à Mesa Diretora encaminhar ao Conselho de Ética da Casa representação para a abertura de processo de cassação dos dois deputados por quebra dedecoro parlamentar. O deputado B. Sá foi acusado de negociar propina com as empreiteiras OAS e Cojuda na construção da barragem de Poço de Marruá, no sul do Piauí, para a qual teria apresentado emendas ao Orçamento. Ao negar as acusações, B. Sá disse ter recebido dinheiro em uma transação legal, com a venda de mudas no valor total de R$ 160 mil. E que no início da negociação recebeu cerca de R$ 90 mil do total.Já o deputado Domiciano Cabral foi flagrado em conversa telefônica gravada, onde sugeria ao dono da construtora Cojuda, Julião Medeiros, sogro dele, negociar com o Departametno Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), onde haveria "muito dinheiro". Na gravação, Medeiros diz que o Dnit lhe deve R$ 2 milhões e promete "uma bolada ao genro se ele convencer o então ministro a lhe pagar". O encontro do parlamentar com o ministro para negociar a liberação do dinheiro não ocorreu. Por isso, a Comissão de Sindicância entendeu que o deputado apenas tentou uma operação sem sucesso. Mesmo assim, pediu a abertura de processo de cassação.A partir da abertura dos processos, se for aprovada pela Mesa, os deputados não poderão mais renunciar ao mandato para evitar uma possível cassação e a suspensão de parte dos direitos políticos.