Secretário de Segurança de São Paulo defende uso de escuta telefônica em presídios

12/07/2006 - 19h22

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário de Segurança de São Paulo, Saulo de Abreu, defendeu hoje (12), a continuidade no uso de escutas telefônicas dentro dos presídios para monitorar as conversas entre os presos. Segundo ele, essa é uma das formas de prever e evitar as ações dos detentos. Ele e o secretário de Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto, deram entrevista coletiva esta tarde em São Paulo.Saulo de Abreu disse que a polícia tem que se beneficiar desse instrumento, uma vez  que não é possível fingir que não há celulares dentro dos presídios. “Já que existe, vamos pegar todo mundo; vamos ouvir a conversa de todo mundo. Ouvir o que estão falando e conversando, se estão dando ordem. Vamos nos adiantar. Esse é um dos elementos, em qualquer país do mundo, que a inteligência da polícia utiliza para chegar a uma conclusão”, explicou. De acordo com o secretário, foi por meio do uso de escutas que a polícia evitou a morte de agentes penitenciários. “Em quantas ações nós não nos antecipamos muito em função de uma série de insumos que a polícia recebe dessa conversaiad”. Já o secretário de Administração Penitenciária, Antônio Ferreira Pinto, disse que diminuir o uso de telefones celulares dentro dos presídios é o maior desafio da secretaria no combate a rebeliões. “Nós estamos intensificando a fiscalização no sentido de coibir e dificultar a entrada do celular, mas essa  é uma realidade com a qual nós convivemos”, disse.De acordo com Ferreira há conversas que interessam a polícia monitorar. “É por isso que nós conseguimos avançar nas investigações. Dentro dessa realidade nós nos aproveitamos do serviço de inteligência para colher subsídios, mas ele [o celular] entra de acordo com a criatividade do preso, do familiar ou do funcionário”. Só na semana passada, segundo Ferreira, a Polícia Militar apreendeu 60 telefones celulares dentro do presídio do Vale do Paraíba.