Presos paulistas começam a se arrepender por rebeliões que destruíram presídios, diz secretário

12/07/2006 - 18h19

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os secretáriospaulistas de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu,e de Administração Penitenciária, AntonioFerreira Pinto, disseram que os presos começam a se arrependerdas destruições causadas nas penitenciárias. Ocaso mais gritante é o do presídio de Araraquara, ondeos detentos estão confinados em um pátio apenas. Ospavilhões da penitenciária foram interditados no dia 16de junho após as rebeliões.“Cada dia que passavocê começa a perceber que boa parte da massa carceráriacomeça a entender que foi uma fria. Não foi um bomnegócio. Veio a ordem, quebraram os presídios e o queaconteceu é que estão naquelas condições”,diz Ferreira Pinto.Já o secretário Saulo de Abreu avalia que a situaçãoprejudica não apenas os presos, mas também a PolíciaCivil, já que os distritos ficam superlotados por conta dasremoções dos detentos. “Nós temos presos queestão começando a colaborar com a policia, muitos estãoficando contra o movimento. Eles começam a se questionar. Ospresos que estão em Araraquara, naquelas condiçõesruins, devem estar se perguntando se valeu a pena tudo isso.”Segundo Abreu, ogoverno estadual está empenhado em recuperar o CentroProvisório de Detenção (CDP) de Araraquara.“Está se fazendo [a recuperação] o mais ágilpossível, cobrando da nossa empresa estatal, que é aCompanhia Paulista de Obras e Serviços.  (CPOs), dosempreiteiros locais, até porque nós precisamos daquelasvagas”, afirmou. O governador de São Paulo, CláudioLembo, disse que a recuperação do centro de detençãode Araraquara custará mais de R$ 13 milhões.O secretário desegurança explicou que a recuperação do Centrode Detenção de Araraquara é particularmentedifícil porque os presos teriam destruído todo o local.Ele disse que “o governo não está numa posturavingativa, mesmo em relação aos presídios”,mas ressaltou que as condições de Araraquara sãoruins. “Geralmente reforma um raio ou manda para penitenciária3, agora quebraram tudo”.