Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Entre os partidosameaçados pela cláusula de barreira, a liberdade para fortalecer palanquesestaduais prevaleceu na estratégia eleitoral de legendas como PPS, PSB ePV. O risco de perder o direito afuncionamento parlamentar nas casas legislativas de todo o país fez com que aslegendas abrissem mão de integrar chapas à Presidência da República.O PPS desistiu dacandidatura de Roberto Freire e de uma coligação formal com PSDB e PFL em apoioà candidatura de Geraldo Alckmin. “Nós discutimos atentamente e decidimos peloapoio, e não pela coligação formal, porque tínhamos, no país todo, organizadochapas competitivas de candidatos a deputado federal com o objetivo claro desuperar a cláusula de barreira. Todo o trabalho foi construído em torno disso”,conta o secretário-geral do partido, Rubens Bueno.Segundo Bueno, o PPSlançou 310 candidatos a deputado federal em todo o país com o objetivo dealcançar 5 milhões de votos e, assim, vencer a cláusula de barreira. Osprincipais parceiros nos estados são PFL e PSDB.Nas eleições de 2002,com Roberto Freire como candidato à presidente, o PPS elegeu 15 deputadosfederais, com 2,68 milhões de votos – o equivalente a 3,067% do total de votospara deputado federal em todo o país, menos que os 5% exigidos pela cláusula debarreira agora em vigor.“Naquela eleição nãohouve um planejamento exclusivo pensando na superação cláusula de barreira.Havia muito mais a preocupação com a eleição nacional, com candidato próprio, eisso não se traduziu num número elevado de votos para deputado federal”,explica Bueno. “A partir de 2003, fizemos o planejamento estratégico nacionalprocurando construir o atual projeto. Hoje, temos chapas competitivas em váriosestados com importantes colégios eleitorais.”