Presidente da Fundação Palmares ressalta importância de conferência para unir países africanos

11/07/2006 - 20h28

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Salvador - O presidente da Fundação Cultural Palmares, Ubiratan de Castro, disse hoje (11) que a II Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora (Ciad), que começa amanhã (12), em Salvador, será um momento importante para unir os países africanos e os países de maioria afrodescendente num mesmo bloco.“Nós estamos avançando na direção, no exercício dos nossos direitos. Nós estamos começando a fazer política organizadamente, tanto nos planos internos de cada país como no plano internacional”, afirmou.De acordo com Ubiratan, “os países africanos e os países de maioria ou de população expressiva de origem africana vivem o mundo globalizado, e os outros grupos, os países mais ricos, estão organizados em blocos. Portanto para que esses países africanos e afrodescendentes tenham condições de negociar em igualdade e serem ouvidos, ouvidos efetivamente, eles têm que se organizar também em blocos”.Ainda segundo Ubiratan, a Conferência também é um momento importante para refletir os laços que unem os povos afrodescendentes e, a partir daí, criar novos programas de saúde, de desenvolvimento, e repartir e compartilhar saberes científicos e de tecnologia. Citoucomo exemplo o compartilhamento da tecnologia brasileira de fabricação de remédios com Camarões e de tecnologia agrícola avançada em áreas tropicais com Gana. Ao final da Conferência deverá ser lançada a Carta de Salvado, com uma declaração resultante das mesas redondas e dos debates dos intelectuais, onde estarão explicitadas diretrizes, recomendações e orientações de uma política externa voltada para o renascimento africano e para a melhoria das condições de vida dos afrodescendentes.