Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O grupo peemedebista que apresentou ontem (10) apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição precisará criar, juntamente com os petistas, "regras de convivência" nos estados onde os dois partidos tem candidatos adversários. A afirmação é do líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), que participou ontem da reunião com o presidente e outros 49 peemedebistas de 26 estados na Granja do Torto. Suassuna afirmou que essas discussões sobre os procedimentos nas campanhas estaduais entre peemedebistas e petistas são fundamentais para que, num eventual segundo turno, "não haja maiores reações" que inviabilizem eventuais acordos entre os dois partidos.
Há divergências sobre quantos seriam os apoios do PMDB a Lula ou Geraldo Alckmin (PSDB-PFL). Ontem, peemedebistas que se dizem representantes de 19 diretórios estaduais do partido realizaram jantar com Lula e declararam publicamente seu apoio ao candidato petista. Nos outros oito diretórios estaduais, haveria apoio de dissidentes.Segundo dados do diretório nacional do PMDB divulgados na semana passada, o PMDB fechou coligações oficiais com o PSDB ou o PFL em 12 estados e no DF – sendo que, em oito estados, o PMDB é cabeça de chapa. O PMDB está oficialmente coligado com o PT em outros cinco estados.O presidente nacional do partido, Michel Temer, divulgou números diferentes hoje. Disse que sete diretórios apoiam Alckmin e nove, Lula. Outros nove diretórios estariam “em aberto” – sem apoio oficial a nenhum dos lados da disputa. Em outros dois, ainda segundo Temer, haverá “palanque duplo”.Lideranças do PSDB e do PFL minimizaram a dimensão da declaração do apoio dos peemedebistas a Lula. "O PMDB não tendo feito acordo formal com o PT não oferece o seu tempo de rádio e televisão ao PT. Vai oferecer em alguns estados suporte para que os votos que Lula tem ou sensibilizou sejam mantidos? Vai sim. É um fato político? É. É devastador? Nunca", afirmou o líder do PFL no Senado, Agripino Maia.