Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Confederação dos Trabalhadores no Serviço PúblicoFederal (Condesef) avalia que as medidas provisórias publicadas parareestruturar as carreiras e reajustar os salários dos servidorespúblicos fazem uma distribuição desigual dos recursos para ofuncionalismo público. "É uma injustiça que nós já percebemos dentro damedida provisória; um quantitativo menor de servidores está levando umafatia maior do bolo com relação aos recursos", disse o diretor. Segundoele, aproximadamente cerca de 70 mil servidores, entre policiaisfederais e auditores fiscais estariam concentrando boa parte dosrecursos. "Eles estão levando R$ 1,5 bilhões. É uma injustiça 70 mil servidoreslevarem uma quantia dessas enquanto em torno de 500 mil servidores daSeguridade Social e do Plano de Classificação de Cargos (PCC) estãolevando aproximadamente R$ 400 milhões. É uma divisão desigual dogoverno", afirmou o diretor da entidade Sérgio Ronaldo. De acordo comele, essas categorias já haviam sido privilegiadas por reajustes aolongo dos últimos três anos. "Infelizmente, os que conduzem a máquinaadministrativa do governo vem sendo mais uma vez injustiçados",completou. O diretor criticou também o fato de as medidas provisórias teremprejudicado os mais de 290 mil servidores incluídos no PCC. "Elestiraram R$ 300 milhões desse setor, que já vem de uma situação difícilpara conceder para outros setores que já tinham tido alguns incrementosdesde o inicio do governo Lula". Em negociações anteriores o governohavia acordado que o reajuste para os servidores do PCC seriaretroativo a fevereiro deste ano, mas o acordo deixou de valer com oanúncio do reajuste, na semana passada. De acordo com o diretor, o governo dizia que iria encurtar a distânciaentre o menor e o maior salário do Poder Executivo, no entanto, eleexplica que no inicio do atual governo, havia cerca de 50 tabelassalariais para os servidores do Executivo, que passaram para 72 e agoracom a edição das últimas medidas provisórias, publicadas em ediçãoextra do Diário Oficial da União, são 80. "Em vez de encurtar essas distâncias, está aumento. Esse é um dospontos que nós detectamos nas Medidas Provisórias que está seagravando. Essa distância, tanto financeira, como em relação a encurtaros valores de uma tabela para outra está aumentando", explicou SérgioRonaldo.Segundo Ronaldo, para tentar corrigir "essas injustiças" a Condeseftrabalhará junto com parlamentares para apresentar emendasparlamentares às MPS até quarta-feira (05). Os parlamentares têm atécinco dias, a contar da edição da medida, para apresentar emendas. Nosábado (8), uma plenária nacional da Confederação deverá decidir aspróximas reivindicações da entidade.