Entenda como estão as investigações das fraudes com as ambulâncias superfaturadas

02/07/2006 - 16h53

Agência Brasil
Brasília - As investigações da quadrilha que fraudava licitaçõesde ambulâncias e influenciava emendas parlamentares estão sob o comandodo Supremo Tribunal Federal, Polícia Federal, Ministério PúblicoFederal e, agora, Congresso Nacional que criou uma Comissão ParlamentarMista de Inquérito sobre o assunto. Foram expedidos 54 mandados deprisão de servidores públicos, empresários, e assessores parlamentares.Gravações autorizadas pela Justiça indicam até a possível participaçãode deputados e senadores.O esquema foi descoberto pela operação desencadeada pela PolíciaFederal que abriu mais de 140 inquéritos sobre 76 municípios,envolvendo mais de mil ambulâncias, que custavam em média R$ 100 mil. Oesquema tinha integrantes que atuavam em prefeituras, no Ministério daSaúde e dentro do Congresso Nacional. O relatório da Justiça Federalque foi enviado ao Congresso citava o nome de 65 parlamentares, sendoum senador, 62 deputados, o ex-deputado Rovinon Santiago e um suplente.Nenhum envolvimento havia sido comprovado pelas investigaçõesanteriormente.O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, pediu aabertura de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) contra 15parlamentares suspeitos de envolvimento na Operação Sanguessuga. Deacordo com nota do MP, Fernando Souza identificou indícios daparticipação desses parlamentares em crimes de fraudes em processoslicitatórios, corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.Depois, o ministro do STF Gilmar Mendes autorizou o pedido doprocurador-geral. Todos os parlamentares e outras pessoas citadas comointermediadores do esquema precisam depor. Os 15 inquéritos estão sobsegredo de justiça para garantir a eficácia das investigação.No Congresso, a CPI dos Sanguessugas fez a primeira reunião na semanapassada, comandada pelo presidente, deputado Antônio Carlos Biscaia(PT-RJ), e o relator, senador Amir Lando (PMDB-RO). Os parlamentaresaprovaram o pedido de informações ao Ministério Público, PolíciaFederal e ao Supremo Tribunal Federal para buscar documentações sobreas investigações que estão sendo feitas sobre a compra fraudulenta esuperfaturada de ambulâncias com recursos do orçamento. Na sexta-feira(30), a CPMI dos Sanguessugas obteve autorização para ter acesso àscópias dos requerimentos de instauração de inquérito e processos contraparlamentares em trâmite no STF.