Tarso Genro avalia como positivo trabalho do CDES nos últimos anos

29/06/2006 - 21h34

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro -

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, avaliou hoje (29) como positivo o trabalho efetuado nos últimos três anos e meio pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). "O Conselho é uma experiência altamente positiva porque é uma inovação institucional", disse. Ele explicou que isso se deve ao fato de o Brasil não ter tido anteriormente um órgão semelhante.O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) está avaliando essa experiência, a partir de trabalho elaborado em conjunto pela entidade com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). "Nós queremos, a partir das seis cartas de concertação e da Agenda Nacional de Desenvolvimento, que foi trabalhada no período do ex-ministro Jacques Wagner, fazer uma condensação inovadora", afirmou Genro.Segundo o ministro, a idéia é aproveitar o trabalho realizado e fazer com que ele funcione como ponto de partida para a produção de novas propostas, "o que o Brasil precisa fazer nos próximos quatro, oito, 12 anos, para que nós deslanchemos um projeto nacional de desenvolvimento". A FGV está orientando o Conselho nessa tarefa. E Tarso Genro enfatizou que esse trabalho não está relacionado com programa de governo nem se acha vinculado a coalizões ou partidos políticos: "É, na verdade, uma proposta de Estado. E nem é terminativa, porque nós vamos trabalhar até o fim do ano com a Fundação, vamos produzindo esses enunciados ao longo do ano e eles depois serão apresentados à sociedade, ao próximo presidente, aos partidos políticos, para que as idéias sejam aproveitadas".A síntese em elaboração pela FGV, de acordo com o ministro, vai revelar as propostas acumuladas visando a um projeto de nação para o próximo período: "Quem quiser se apropriar desta proposta poderá fazê-lo, porque é uma proposta de Estado e não uma proposta de governo". Tarso Genro admitiu a possibilidade de um acordo político nos próximos anos "para que tenhamos na sociedade, nos partidos, nas forças produtivas, no mundo do trabalho, um acordo que preveja metas relacionadas com inflação, dentro de um projeto de desenvolvimento, ou com um mínimo de crescimento aceitável". O ministro destacou ainda que não há possibilidade de que reformas profundas sejam feitas no país sem que haja uma reforma política, "para que o país possa deslanchar outras reformas que aprofundem o sentido democrático da nação, o papel distributivo que o Estado tem com as suas políticas, as políticas sociais e o crescimento, para que esse crescimento não seja medíocre. Que seja um crescimento que já aponte para essa ascendência que a próxima Lei de Diretrizes (LDO) está propondo, de 4,5% a 5,25%". O Conselho, segundo Tarso Genro, contribuiu para as reformas efetuadas pelo governo, como a da Previdência, e iniciativas como o crédito consignado e a Lei da Pequena e Micro Empresa. A reunião bimensal do CDES foi realizada excepcionalmente, hoje, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em razão do tema abordado: Desafios estratégicos do financiamento para o desenvolvimento.