Pesquisa mostra que 700 mil moram precariamente em Recife

29/06/2006 - 8h39

Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil

Recife - Cerca de 700 mil pessoas vivem em habitações com condições precárias, sem infra-estrutura, na capital pernambucana. A estatística é do Fórum Estadual de Reforma Urbana, que se baseou em dados da prefeitura da cidade. De acordo com Adelmo Araújo, coordenador do fórum, além de casas em áreas livres de alagamentos e desmoronamentos, falta esgoto, pavimentação e saneamento básico.

Em protesto contra a situação, movimentos sociais e organizações não-governamentais realizaram ontem (28) uma caminhada pelas ruas do centro do Recife. A iniciativa busca divulgar um conjunto de propostas para resolver a situação. Aos gerentes da Caixa Econômica Federal, foram apresentadas 10 reivindicações.

Entre elas, o pedido de liberação de R$ 3 bilhões do Fundo Nacional de Habitação para construção de moradias populares em todo o país. Mobilizações semelhantes aconteceram em vários estados.

O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Marcos Cosmo, afirmou que "muitos pernambucanos ainda vivem embaixo de pontes, em palafitas, nas ruas ou morando de favor".

Nos últimos três anos, o governo federal beneficiou, com moradias, por meio de convênio com a prefeitura do Recife, mil famílias que viviam em palafitas em quatro bairros da capital. A primeira comunidade a ser contemplada foi a do bairro de Brasília Teimosa, na Zona Sul. As famílias foram transferidas para um conjunto habitacional, no bairro do Cordeiro.

A meta do programa Recife Sem Palafitas, lançado pelo presidente Lula nos primeiros dias de governo, é substituir 4,3 mil moradias precárias da cidade, construídas na orla marítima, margens de rios, mangues e alagados, por habitações de alvenaria, com investimentos de R$ 104,3 milhões.