OMS orienta o Brasil sobre as estratégias para enfrentar emergências em saúde

29/06/2006 - 14h14

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O diretor de Preparação para Epidemias e Pandemias da Organização Mundial de Saúde (OMS), Mark Ryan, conversou hoje (29) por videoconferência, de Genebra (Suíça), com técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Brasil. Ele mostrou como a OMS se estruturou para as emergências em saúde pública em nível mundial, como tem sido a estratégia de acompanhamento da gripe aviária.

Um vídeo mostrou aos técnicos brasileiros como funciona o centro de operações em Genebra. A sala possui computadores modernos, telefones, mapas e um avião à disposição da equipe de médicos e especialistas para atender as emergências em qualquer parte do mundo.

Segundo Ryan, este ano já foram feitas 36 assistências internacionais somente para a gripe aviária. Atualmente, a equipe lida com 22 eventos de diversos tipos em todo o mundo. "Diferentemente do Brasil, parte dos países do mundo não tem capacidade de por si só dar conta das emergências, necessitam de apoio internacional. E daí a OMS organizou uma área de respostas rápidas e uma sala de comando de operações como esta para trabalhar em nível mundial", explicou o diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Expedito Luna.

Em março deste ano, o Brasil criou o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) do Ministério da Saúde. O Cievs é uma sala preparada com todos os recursos tecnológicos para acompanhar 24 horas por dia as notificações de emergência epidemiológicas. Nos períodos noturnos e nos finais de semana há técnicos de plantão para atender as emergências.

"Se a gente consegue notificar, identificar e conter em tempo a gente está evitando que outras pessoas adoeçam e que muitas conquistas que o país já tem sejam revertidas", afirmou o diretor. Ele citou o exemplo de um caso de sarampo num surfista que viajou da Ásia para o Brasil. Em casos como esse, quanto mais tempo a pessoa ficar circulando com sarampo, mais chance ela tem de passar a doença para outras pessoas.

A sala brasileira, que custou R$ 1,6 milhão, possui equipamento para videoconferência, telefones, celulares e computadores modernos. Uma portaria que está para ser assinada determina que todos os estados também montem salas num prazo máximo de 60 dias. "Com a proposta de estimular a criação das unidades de resposta rápida nos estados a gente pretende que essa resposta seja mais organizada e conseqüentemente mais rápida e mais efetiva".