Itamaraty se diz extremamente preocupado com desenrolar de crise entre Israel e palestinos

29/06/2006 - 17h50

Adriana Franzin
Da Agência Brasil

Brasília – O Itamaraty afirmou hoje (29), em nota, que o governo brasileiro mantém "extrema preocupação" com as investidas da operação militar israelense chamada Chuvas de Verão contra os territórios palestinos ocupados. Segundo a nota, o Ministério das Relações Exteriores chamou, na tarde de hoje, a embaixadora de Israel no Brasil, Tzipora Rimon, para informá-la da apreensão do governo.

A Agência Lusa informou que o objetivo da operação é pressionar as autoridades palestinas a libertar são e salvo o soldado Gilad Shalit, 19 anos, seqüestrado no último domingo (25) no sul de Gaza, pela ala militar do Hamas e mais dois grupos palestinos.

A agência informa ainda que, na madrugada de ontem (28), foram detidos, pelo exército israelense, 10 ministros, 20 deputados e 23 ativistas da Jihad Islâmica na Cisjordânia, além de outros 34 militantes palestinos. Segundo a Lusa, o ministro israelense da Segurança Interna, Roni Barón, disse que as prisões não acontecem em represália pelo seqüestro do soldado, mas fazem parte de uma investigação sobre atividades terroristas, e que os detidos são suspeitos. Na última terça-feira (27), o ministro da Defesa de Israel, Ben Eliezer, afirmou que o país poderia deter "metade do governo palestino" justamente em função do rapto do soldado.

O Itamaraty reafirmou que o Brasil é contra as "iniciativas unilaterais ou atos de represália que possam contribuir para desencadear nova espiral de violência na região". De acordo com a nota, o governo lamenta os danos sofridos pela população civil palestina, inclusive a falta de energia elétrica e de água potável.

O fornecimento desses serviços foi cortado, segundo a Lusa, por causa de ataques aéreos promovidos por Israel na central elétrica do território ocupado pelos palestinos. De acordo com a agência, nove mísseis atingiram a Faixa de Gaza e acabaram cortando 65% do abastecimento, o que impossibilita também o fornecimento de água, já que as bombas d'água são elétricas.

O Itamaraty salienta ainda que o governo brasileiro pede a ambas as frentes de conflito que confiem no poder na comunidade internacional para retomar do apaziguamento dos conflitos na região.