Comissão especial aponta excesso na ação da polícia paulista

29/06/2006 - 11h07

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Uma comissão especial do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) constatou que houve excesso na atuação da polícia paulista e também casos de execução em São Paulo entre os dias 12 e 20 de maio. O relatório sobre o caso está sendo apresentado na manhã de hoje (29) no conselho.

De acordo com a professora de Direito Constitucional e integrante da comissão especial, Flávia Piovesan, os dados repassados pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) de São Paulo mostram que, no período analisado, houve 492 mortes por armas de fogo. O número de balas encontradas em cada cadáver foi de 13 a 14, sendo que a média é de 4 a 7.

"O que se observou pela análise do CRM tendo por amostragem 132 casos é que os tiros teriam, sobretudo, alcançado nuca, cabeças e costas, o que aponta a ocorrência de extermínio", afirma Piovesan, para quem a maior dificuldade no caso será a polícia investigar a própria polícia. "O grande desafio é que a materialidade dos crimes está caracterizada e a dificuldade agora é descobrir a autoria."