Agência incentiva aumento de pequenos produtores de petróleo

29/06/2006 - 6h58

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio - Criar no Brasil um segmento que já existe em alguns países é o principal objetivo da Agência Nacional do Petróleo (ANP) ao promover hoje (29) a segunda rodada de licitação de Áreas Inativas com Acumulações Marginais.

Ainda em formação no país, o segmento de pequenos produtores de petróleo (ou produtores independentes) é uma realidade em países como o Canadá e os Estados Unidos. "O objetivo é induzir o surgimento de uma categoria empresarial nova, do pequeno e médio produtor de petróleo e gás natural", disse o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima.

"Nos Estados Unidos, por exemplo, existem cerca de 23 mil pequenos e médios produtores convivendo com as grandes empresas petrolíferas. Eles incorporam cerca de 300 mil trabalhadores ao mercado de trabalho".

Em entrevista à Agência Brasil, ele ressaltou o "sucesso" e o "interesse" que houve em 2005, quando a ANP ofertou 17 campos maduros nos estados da Bahia e de Sergipe. "O leilão foi um sucesso: apresentamos 17 áreas e 86 pequenas e médias empresas se habilitaram a participar. Eram empresas interessadas em entrar no mercado, mas como somente 16 áreas foram comercializadas, ainda há interesse em jogo, principalmente por parte das empresas que não conseguiram arrematar blocos".

Segundo ele, nesta segunda rodada, a agência vai ofertar campos maduros com vantagens a pequenas empresas que decidam investir no setor, uma vez que a produção dessas áreas pode ser revitalizada com pequenos investimentos.

"A vantagem das áreas ofertadas é que, quem arrematar o bloco, não terá que furar o poço, o que custa caro. Já há o poço, há o petróleo e o campo só precisa ser revitalizado. É o tipo de produção que não interessa ao grande produtor, mas que pode se revelar atraente para o pequeno e o médio, em função do preço do barril no mercado externo", disse Lima.

Das 21 áreas que inicialmente seriam ofertadas, apenas 14 estarão disponíveis, nas bacias de Barreirinhas, Potiguar e Espírito Santo.

"Vamos licitar no Maranhão três áreas do chamado Espigão, localizadas a oeste de Canoas, e também a área de São João. As áreas a oeste de Canoas e do Espigão só produzem gás, então, estamos com uma grande expectativa que estas áreas vão despertar grande interesse, porque o gás no momento está sendo muito solicitado."

Segundo Lima, o formato é o mesmo do leilão passado. "São áreas onde há diferentes poços de petróleo e que, no passado, produziram, mas, diante do pequeno volume, foram fechados pela Petrobras e devolvidos à ANP, que agora está licitando para serem revitalizados".