Sociedade Protetora dos Animais defende transparência em pesquisas

27/06/2006 - 17h12

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil

Rio – A Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa) defende que as instituições de pesquisas precisam prestar contas ao cidadão, que é quem paga as pesquisas, sobre o que é feito, quanto é investido, quantos animais são utilizados, com que finalidade e porque não são utilizados métodos alternativos.

De acordo Izabel Cristina Nascimento, que dirige a entidade no Rio de Janeiro, a lei deveria começar por estabelecer um controle das pesquisas realizadas pelas instituições. "Queremos em primeiro lugar que os cientistas brasileiros se modernizem, se atualizem, já que existem alternativas em experimentos sem a utilização de animais. Em segundo lugar, que seja dada à população uma segurança sobre pesquisas que são feitas", disse.

Para a diretora da Suipa, as instituições devem abrir suas portas para que a sociedade acompanhe as condições de manutenção e de utilização dos animais.

Izabel Cristina Nascimento questiona não só a crueldade de se utilizar animais nos experimentos, mas também a eficiência das pesquisas científicas baseadas em animais: "Nem tudo o que é testado com animais, tem o mesmo efeito para os seres humanos", argumentou.

Ela também citou como exemplo as pesquisas para o tratamento da aids que já utilizaram centenas de macacos e até agora não encontraram cura para a doença e do medicamento Talidomida, que mesmo testado em animais, provocou má formação durante a gestação de mais de 800 bebês na década de 60.

Nascimento sugere como alternativa à utilização dos animais, que os medicamentos sejam testados em seres humanos, voluntários para experimentá-los, e afirma que isso já é feito no exterior.

Ela acredita os pesquisadores brasileiros utilizam animais porque seria um método mais barato, além de, segundo ela, não se interessarem em descobrir e utilizar formas alternativas de pesquisa.