São Paulo continua a ter deflação, mas Fipe estima aumento pontual de preços no segundo semestre

27/06/2006 - 14h05

Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - A queda nos preços dos álcoois combustíveis e dos alimentos continuou a causar deflação na cidade de São Paulo, como mostra a pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), divulgada hoje (27). Na terceira semana do mês, o índice de inflação ficou negativo em 0,44%; na segunda semana de junho, o indicador registrou deflação de 0,50%.

A entidade apurou aumentos de 0,11% no setor de Habitação, de 0,01% em Saúde, de 0,91% em Vestuário e de 0,04% em Educação. Houve redução de preços em Alimentação (1,77%), Transportes (0,52%) e Despesas Pessoais (0,32%).

Segundo o coordenador da pesquisa, o economista Paulo Picchetti, a queda nos preços dos alimentos ocorreu em todos os grupos, tanto nos frescos quanto nos semi-elaborados (todos os tipos de carne e leite) e nos industrializados. A queda no preço dos combustíveis está ligada ao aumento da oferta de álcool hidratado e anidro.

De acordo com Picchetti, a desaceleração registrada entre a segunda e a terceira semana do mês indica a retomada da inflação rumo a índices positivos. "Temos uma reversão da tendência de deflação. Estávamos tendo uma queda de preços cada vez maior e esse número reverte essa tendência", disse, acrescentando que o mês deve terminar com deflação de 0,40%.

Picchetti diz que, no segundo semestre, os preços do setor de alimentos deverão se estabilizar e em outros setores deverá haver "aumentos pontuais", o que fará a inflação "subir um pouco". "Mesmo assim, vamos fechar o ano num patamar inferior ao do ano passado", afirmou. "A previsão inicial era de encerrar o ano com inflação de 4%, que já seria menor que os 4,5% de 2005. Mas com esse primeiro semestre excepcionalmente bom, a gente vai aproveitar para fazer uma revisão para baixo", acrescentou.