Ramos Horta, chanceler de Timor Leste, pede demissão e agrava crise

25/06/2006 - 17h52

Agência Lusa

Díli (Timor Leste) - O ministro dos Negócios Estrangeiros do Timor Leste, Ramos Horta, pediu demissão hoje (25). De acordo com informações da Agência Lusa , Horta continuará no cargo até ser substituído. Também pediram afastamento o ministro dos Transportes, Ovideo Amaral, e o vice-ministro da Saúde, Luís Lobato.

Desde abril, o Timor Leste passa por uma grave crise. Nesta semana, uma missão diplomática brasileira deverá ser enviada ao país. Segundo a assessoria do Ministério das Relações Exteriores, a viagem ocorrerá até sexta-feira (30). No Timor, os diplomatas devem buscar informações sobre os recentes conflitos e oferecer ampliação das parcerias com o governo timorense.

A crise na ex-colônia portuguesa foi desencadeada pela demissão de 600 militares do Exército. No dia 28 de abril, eles organizaram uma manifestação que acabou em confronto com a polícia.
A partir de então, a Organização das Nações Unidas (ONU) registrou confrontos freqüentes, com a morte de pelo menos 37 pessoas.

Os governos da Austrália, Portugal, Nova Zelândia e Malásia enviaram tropas para ajudar na estabilização do país. O Brasil já participa com um representante de uma missão da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Na semana passada, o presidente do Timor Leste, Xanana Gusmão, ameaçou pedir demissão caso o primeiro-ministro Mari Alkatiri não deixasse o cargo. Gusmão acusa o Alkatiri e seus aliados políticos de apoiar os confrontos. O partido do primeiro-ministro (Fretlin) nega a ação e não aceita o afastamento de Alkatiri.

Cerca de 150 brasileiros moram no Timor Leste. A maioria deles atua nos programas de cooperação, em áreas como cultura, saúde e educação.