Pesquisa define nove áreas para conservação de peixes na Bacia do São Francisco

25/06/2006 - 16h42

Isabela Vieira
Da Agência Brasil

Brasília – Até o final do ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deve concluir estudo sobre espécies e áreas da Bacia do São Francisco a priorizar nas ações governamentais de conservação. Uma das partes do mapeamento diz respeito aos peixes.

Em entrevista à Agência Brasil, o pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais Alexandre Godinho, que participa do levantamento do Ibama, disse que foram definidas nove áreas prioritárias para ações de conservação dos peixes no São Francisco.

São elas: a calha do rio e os principais tributários (rios que deságuam nele) entre Três Marias e a cabeceira da Represa Sobradinho; duas sub-bacias do Rio das Velhas; o Rio Piruaçu; as bacias dos rios de cabeceira do oeste baiano; e a Vereda São Marcos, na divisa de Goiás com Minas, que faz a comunicação entre a Bacia do Paraná e a do São Francisco.

Entre as espécies definidas, até aqui, como alvos estão algumas de interesse comercial, como o dourado, o surubim, o robalo e a tainha. Há também os chamados peixes anuais, que têm ciclo de vida curto e vivem em lagoas temporárias, bagres cegos que habitam cavernas e um peixe de lençol freático, do qual só conhece a ocorrência num município mineiro.

Para Godinho, levantamentos como esse são instrumentos para auxiliar na proteção das espécies e na restauração dos recursos pesqueiros – e, portanto, beneficiar quem vive deles. O estudo coordenado pelo Ibama já listou até agora 249 espécies animais e 83 vegetais, além de localidades, como prioritárias para conservação.