Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – A pesquisadora Heloísa Pires, da coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirmou hoje (22) que o governo federal deveria ter evitado que a Varig chegasse a uma crise tão aguda como a que enfrenta atualmente.

"Ele teria que ter evitado essa situação porque a aviação civil é um poder concedente, é segurança e soberania nacional. Não é como no mercado livre, em qualquer outro tipo de negócio", observou."Ele já tinha que ter tirado a concessão e decretado a falência".

Na avaliação dela, a inoperância da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) nesse processo tem prejudicado os consumidores. "Ela não se manifestou com relação à proposta feita pela NV, deixou isso para o poder Judiciário", disse, referindo-se à empresa NV Participações que, como representante dos funcionários da Varig, fez a única oferta pela companhia aérea no leilão do dia 8 de junho.

Pires disse que, na eventualidade de um novo leilão, não deve ter novos investidores interessados pela Varig. Isso porque, segundo ela não há vantagens para as empresas que já operam no mercado disputar a companhia aérea: basta que elas absorvam as rotas que são concedidas pela Anac. "Se houvesse empresário no país com interesse, ele já teria entrado no mercado. Não ficaria esperando uma situação dessas porque o que vem ocorrendo já deteriorou o nome e a imagem da Varig".