Crise na aviação brasileira remonta à década de 80, avalia pesquisadora da UFRJ

22/06/2006 - 16h42

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - O problema do setor de aviação civil brasileiro remonta à década de 80, quando começou a abertura do mercado nacional a outros países. "O governo, na ânsia neoliberal do mercado livre, começou a abrir o mercado, que era muito regulamentado, no início dos anos 80", disse a pesquisadora Heloísa Pires, da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Segundo ela, ao mesmo tempo em que abriu o mercado, o governo, à época, congelou o preço das passagens aéreas, o que fez com que as empresas não pudessem mexer nas tarifas mesmo na baixa temporada. "Nesse ambiente, as empresas desaprenderam o negócio, acumularam prejuízos por anos seguidos, não só em função da perda de tarifas aéreas, mas de distorções que geraram oportunidades de má gestão", disse. "Depois, as companhias pediram ressarcimento do prejuízo líquido, ganharam as causas, mas o governo nunca pagou".

A má gestão é um dos fatores apontados por ela como causa da crise da Varig. Ela lembrou, porém, que a companhia não é a primeira ser afetada por problemas de gestão: a Vasp e a Transbrasil já saíram do mercado por causa disso.