Ministra diz que sociedade brasileira tem dívida cultural com negros, indígenas e ciganos

20/06/2006 - 14h34

Ivan Richard
Da Agência Brasil

Brasília – A sociedade brasileira tem uma dívida cultural com a população negra, indígena e cigana que só poderá ser revista com a soma de esforços conjuntos entre a sociedade e os governos federal, estadual e municipal.

A afirmação é da ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial (Seppir), Matilde Ribeiro, que participou hoje (20) do segundo dia do 6º Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial. O evento, que termina amanhã (21), em Brasília, tem o objetivo de discutir a implementação, nos três níveis de governo, das políticas voltadas para a área.

"A ação do governo federal é um elemento da engrenagem", disse Matilde, acrescentando que o Brasil precisa "repactuar" a ordem das políticas públicas voltadas à promoção da igualdade racial.

Segundo ela, atender à área de promoção racial significa reordenar "toda a lógica" da política pública brasileira e entender que as políticas universalistas "não dão conta" de questões que se referem diretamente a discriminações e exclusões. "É preciso ter ações afirmativas, então os resultados que estamos tendo agora são base para a constituição das políticas dos governos futuros do ponto de vista municipal, estadual e também federal".

Para Matilde, as ações realizadas pelo governo federal desde a criação da Seppir, no início 2003, são condizentes com o momento em que o país está construindo uma política para a área.
"Criamos uma dinâmica de trabalho entre os ministérios, por meio do Programa Brasil Quilombola, coordenado pela Seppir e pela Casa Civil. Criamos métodos de trabalho para corresponder a essa política".

De acordo com a ministra, até o momento, oito comunidades remanescentes de quilombos foram tituladas e 2,5 mil comunidades foram identificadas.