Invasão da Câmara no dia 6 envolveu mais de 500 pessoas

20/06/2006 - 20h10

Agência Brasil

Brasília - Mais de 500 pessoas participaram da invasão da Câmara dos Deputados promovida pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) no dia 6. Na ocasião, manifestantes depredaram instalações e equipamentos, feriram funcionários da Polícia Legislativa e apresentaram uma carta com reivindicações.

Participantes tombaram um carro que seria sorteado, quebraram duas portas de vidro da Casa e terminais de auto-atendimento, danificaram uma escultura e atiraram paus e pedras contra seguranças. A Câmara registrou 26 atendimentos médicos e estimou em R$ 82,6 mil o prejuízo, que o movimento, por meio de seu advogado, comprometeu-se a pagar (o valor não inclui o carro). O policial com ferimento mais grave teve afundamento craniano.

O MLST assumiu a responsabilidade política pela manifestação, mas atribuiu a "exaltados" os atos de vandalismo, acrescentando que esses seriam punidos pelo que fizeram.

A carta dos sem-terra incluía as seguintes propostas: a revogação da lei que proíbe a vistoria em terras ocupadas, a votação da proposta de emenda constitucional para que as propriedades com trabalho escravo destinem suas terras para a reforma agrária, a atualização dos índices de produtividade rural, a punição aos crimes ambientais, a recuperação para fins de reforma agrária das terras da União griladas por fazendeiros e a reestatização da Companhia Vale do Rio Doce.

Na noite do dia 6, centenas de manifestantes detidos foram levadas ao Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, onde a polícia montou uma estrutura especial para tomada de depoimentos. Eles avançaram madrugada adentro. Na mesma semana, foram autuados 42 manifestantes (dos quais a Polícia Federal pede agora a prisão preventiva), identificados como os principais envolvidos. Os demais foram liberados. Após mais investigações, outras 73 pessoas foram indiciadas.

O Movimento de Libertação dos Sem Terra afirmou que a Polícia Militar de Brasília e a Polícia Legislativa torturaram militantes no ginásio. A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal contestou a acusação.