Pesquisadores desenvolvem site que pode elevar vendas eletrônicas no setor mineral

11/06/2006 - 8h37

Rio, 11/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - Uma parceria entre a Universidade de São Paulo (USP) e o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), do Ministério da Ciência e Tecnologia, poderá trazer ganhos para o setor de mineração nacional, inclusive nas vendas feitas por meio eletrônico para o exterior.

Segundo o pesquisador Adriano Caranassios, responsável pelo projeto no Cetem, o objetivo é desenvolver um site específico para apoiar, inicialmente, o setor de rochas ornamentais e, posteriormente, todo o setor de mineração brasileiro. "O projeto do e-mine foi pensado para contemplar a utilização da internet como ferramenta de comércio eletrônico de minerais".

O professor Hélio Camargo Mendes, da Universidade de São Paulo (USP), destacou que a iniciativa visa também "capacitar as empresas brasileiras a usar a internet de maneira a estabelecer um diferencial competitivo".

O projeto é baseado em pesquisas efetuadas desde 2004 pelo Laboratório de Planejamento e Otimização de Lavras (Lapol) do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da Escola Politécnica da USP. Os pesquisadores constataram as peculiaridades existentes entre os sites nacionais e os internacionais, em termos de viabilidade e eficiência na preparação para o comércio eletrônico.

Foram analisados 700 sites, dos quais 500 estrangeiros e 200 nacionais, e verificou-se que o Brasil encontra-se no estágio inicial de uso da internet como instrumento de comércio, voltado somente para a promoção da empresa, o chamado marketing institucional, e divulgação de produtos.

Na China, que lidera o ranking dos exportadores mundiais de rochas ornamentais, 32% dos negócios são fechados pela internet. O Brasil ocupa a quinta posição entre os maiores exportadores, depois da Índia, da Itália e da Espanha. De acordo com Camargo, em comparação com o Brasil, a diferença é que, com o uso do comércio eletrônico, estreita-se o relacionamento com os clientes, o que acaba representando um serviço melhor e aumentando as oportunidades de negócios. "No Brasil, isso ainda é incipiente".

A parceria entre o Cetem e a USP tem o objetivo de aumentar o uso do comércio eletrônico entre as empresas brasileiras. Para isso, foi desenvolvido um modelo de site adequado ao Brasil e às características do comércio de rochas ornamentais. Segundo Camargo, o modelo proposto não agride o processo de comercialização atual, apenas torna as negociações mais ágeis e menos trabalhosas. "Esse é o caminho que nós vemos", indicou.

Os pesquisadores observaram que os sites brasileiros do setor de rochas ornamentais são de má qualidade e carentes de informações sobre os produtos oferecidos e a própria empresa. "Vimos sites que não tinham nem endereço. Apenas a possibilidade de mandar e-mail", disse o professor. Ele ressaltou que a maioria dos sites não tinha perfil profissional, conhecido como be to be, ou seja, um site entre empresas.

A amostra de 200 sites pesquisados no Brasil corresponde a 1,5% das empresas nacionais atuantes no segmento, a maioria de grande porte. Camargo explicou que as micro e pequenas empresas estão fora, mas também poderão ter acesso ao comércio eletrônico com a nova ferramenta. "Estamos formatando um modelo de site que vai permitir o desenvolvimento de um portal que atenda às necessidades, inclusive, das micro empresas", informou Camargo.