Rio, 11/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - O setor de rochas ornamentais brasileiro movimentou, no ano passado, cerca de US$ 2 bilhões com a comercialização de pedras, máquinas e equipamentos. Com a adoção do novo modelo de comercialização eletrônica, conhecido como e-mine, que está sendo desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP) e pelo Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) do Ministério da Ciência e Tecnologia, a expectativa é de aumento dos negócios.
Segundo o pesquisador Hélio Camargo Mendes, da USP, contando com os recursos do comércio eletrônico, aumentam-se as vendas com os clientes que já são regulares.
No modelo elaborado pela parceria Cetem-USP, as empresas tornam-se pró-ativas. Isso significa que não ficam esperando o pedido dos clientes para depois enviar a cotação, explicou Camargo. As empresas já oferecem os produtos com base no perfil de compra dos clientes e a venda passa a ser ativa, com a facilidades de o empresário acompanhar a negociação e ter informações mais completas. "Isso tende a formar um laço mais forte entre clientes e fornecedores e leva ao aumento de vendas para os clientes já regulares", afirmou Camargo.
Para Camargo, as empresas precisam de uma aproximação de mercado eficiente, por meio de um bom design de site e com orientação de marketing, para expandir sua carteira de clientes, promovendo a integração dos negócios com a internet. De acordo com ele, até agora não havia esse tipo de preocupação. Camargo observou que, se existem no Brasil 200 sites conhecidos de empresas do segmento de rochas ornamentais, na China são mais de mil.
Ele explicou que o segmento de rochas ornamentais foi escolhido como piloto do projeto do e-mine porque, além de sua importância no setor de mineração como um todo, tem dimensão social significativa, na medida em que, com um mínimo de investimento, cria muitos empregos.
"É um segmento de mão-de-obra intensiva e cria empregos em lugares importantes, como o sertão da Bahia", destacou Camargo.
As 12 mil empresas atuantes no setor de rochas ornamentais no Brasil, das quais 95% são de micro porte, geram cerca de 110 mil empregos, englobando toda a cadeia produtiva formada por pedreiras; processadoras (serrarias) e marmorarias.
No segundo semestre deste ano, os pesquisadores da USP e do Cetem pretendem iniciar a montagem dos portais para as empresas do segmento de rochas ornamentais. Na segunda etapa, prevista para 2007, o projeto do e-mine deve ser implantado em um novo segmento do setor mineral, que pode ser o de cerâmica.
O coordenador do projeto no Cetem, Adriano Caranassios, disse que as exportações também pesaram na escolha do segmento de rochas ornamentais para o projeto piloto. "Hoje, o volume gerado de exportações está beirando US$ 800 milhões por ano, o que é importante para o saldo da nossa balança comercial", afirmou. Caranassios disse a utilização do e-mine pode elevar muito o volume de exportações do setor.